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Soros diz que May não deverá manter-se no cargo e antecipa recuo de Wall Street
É improvável que a primeira-ministra britânica, Theresa May, se mantenha no poder, numa altura em que o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia, considera o investidor George Soros. Sobre Wall Street, diz que a subida das bolsas não irá manter-se.
"Na minha opinião, é improvável que a primeira-ministra May se mantenha no poder", afirmou Soros em entrevista à Bloomberg TV, à margem do Fórum Económico Mundial que está a decorrer em Davos.
O investidor, que ganhou mil milhões de dólares a apostar na queda da libra em 1992, sendo conhecido como o homem que bateu o Banco de Inglaterra, considera que o Brexit será um longo processo e que as pessoas irão perceber que estão a seguir na direcção errada.
Soros sublinhou que o ano de 2016 foi um "desastre" para a União Europeia, dando como exemplo a decisão dos britânicos de sair da UE e outras eleições que tiveram lugar no âmbito do bloco comunitário.
Segundo o multimilionário, a União Europeia está num "processo de desintegração". "Há que reconhecer que a União Europeia se tornou demasiado complicada e que as pessoas estão alienadas. Os partidos anti-europeus estão a ganhar força", concluiu.
George Soros falou também sobre as bolsas norte-americanas e afirmou que a euforia que se tem observado entre os investidores desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA acabará assim que a incerteza termine.
"A incerteza está no auge e, na verdade, a incerteza é a inimiga dos investimentos de longo prazo", declarou o chairman da gestora Soros Fund Management.
"Não creio que vá haver um bom desempenho das bolsas. Neste momento estão a celebrar, mas quando a realidade chegar será isso que prevalecerá", acrescentou, citado pela Bloomberg.
As declarações de Soros pressionam as bolsas do outro lado do Atlântico, com os índices de Wall Street a encerrar em terreno negativo.
O investidor, que nasceu na Hungria e que mais tarde se nacionalizou americano, perdeu quase mil milhões de dólares com a escalada bolsista de Wall Street que se seguiu à vitória de Trump, de acordo com o The Wall Street Journal.
(notícia actualizada às 22:53)