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Sondagem: PS continua em queda à beira do Orçamento do Estado

A duas semanas da apresentação do Orçamento do Estado para 2020, a sondagem da Intercampus mostra que o PS continua em queda. CDU, Chega e Iniciativa Liberal (IL) são as forças que mais sobem face a outubro. Já o CDS é o partido que mais perde intenções de voto.

Lusa
03 de Dezembro de 2019 às 08:00
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O PS mantém, em novembro, a tendência de quedas nas sondagens pós-legislativas realizadas pela Intercampus para o Negócios e CM/CMTV. CDU, Chega e Iniciativa Liberal (IL) conseguem as maiores subidas, sendo que os dois últimos sobem muito, mas não só, à custa do CDS.

O barómetro de novembro da Intercampus atribui 34,9% das intenções de voto aos socialistas, abaixo dos 35,6% observados na sondagem de outubro e bastante aquém dos 36,7% alcançados pelo PS nas eleições gerais.

O PSD mantém-se estável com 24,9%, mas continua distante do mau resultado (27,9%) obtido nas legislativas. Cada vez mais consolidado como terceira força nacional surge o Bloco de Esquerda (BE), que cresce mais de um ponto percentual comparativamente com o barómetro de outubro, fixando-se nos 10,8%.

Os resultados deste estudo de opinião surgem num momento delicado para o Governo e para o PS. Porque decorrem já a todo o vapor as negociações sobre o Orçamento do Estado para 2020 (OE-20), afigurando-se, agora sem acordos escritos, mais difícil a chegada de fumo branco.



Com o ministro das Finanças, Mário Centeno, comprometido com excedentes orçamentais primários, escasseia a folga orçamental para corresponder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde ou às exigências que chegam de diversos setores. E se a tensão existe dentro do governo, entre ministros, como noticiou o Negócios na sexta-feira, também há sinais de que BE e PCP não aprovarão este orçamento de 2020.

A proposta de orçamento será entregue no Parlamento no dia 16 de dezembro, com o documento a ser votado, na generalidade, a 10 de janeiro.

Chega e IL sobem à custa do CDS 

A CDU (coligação eleitoral entre PCP e PEV) garante uma das maiores subidas na sondagem da Intercampus, passando de 6,9% para 8,1%. Porém, é o Chega e o IL quem tem as subidas mais impressionantes. Com 4,8%, o partido de André Ventura quase duplica as intenções de voto face à última sondagem e os liberais escalam dois pontos para 2,9%.

O reforço destes dois partidos é muito feito à custa do CDS, partido atualmente à procura de nova liderança, que passa de 4,4% para os mesmo patamar do IL (2,9%). Contudo, o ponto e meio percentual perdido pelos centristas não chega para explicar o crescimento do Chega e do IL, o que significa que estas duas forças também conseguiram captar votos noutros eleitorados.

O PAN perde meio ponto para ficar nos 4,8% também registados pelo Chega e o Livre permanece estável nos 2,7% de outubro. Esta sondagem integra apenas parcialmente o diferendo entre a cúpula do Livre a a deputa única eleita pelo partido, Joacine Katar Moreira.

PS, PSD e CDS caem face às eleições

Em relação aos resultados das eleições gerais de 6 de outubro, só os socialistas, os sociais-democratas e os centristas apresentam valores mais baixos neste estudo.

O PS está a quase dois pontos dos 36,7% que garantiram a vitória eleitoral, o PSD tem menos três pontos do que os 27,9% de outubro e o CDS perdeu um ponto e meio. Em sentido inverso, o Bloco está um ponto acima, enquanto CDU, PAN, IL e Livre melhoram em torno de um ponto e meio os respetivos resultados eleitorais.

O maior destaque vai para o Chega, que sobe de 1,3% para 4,8%, praticamente quadriplicando o resultado de 6 de outubro. Este crescimento do Chega acontece num mês em que André Ventura assumiu especial protagonismo mediático. Não apenas pela forma como interveio na manifestação dos polícias, mas também por ter mostrado, no Parlamento, faturas que alegadamente comprovavam a compra de coletes à prova de bala por polícias e que, afinal, não incluíam qualquer compra deste tipo de material.

FICHA TÉCNICA

Objetivo: Sondagem realizada pela INTERCAMPUS para a CMTV/CM e Jornal de Negócios, com o objetivo de conhecer a opinião dos Portugueses sobre diversos temas da política nacional, incluindo a intenção de voto em eleições legislativas.
Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental.
Amostra: A amostra é constituída por 604 entrevistas, com a seguinte distribuição proporcional por Sexo (288 homens e 316 mulheres), por idade (132 entre os 18 e os 34 anos; 219 entre os 35 e os 54 anos; e 253 com mais de 55 anos) e região (230 no Norte, 140 no Centro, 163 em Lisboa, 45 no Alentejo e 26 no Algarve).
Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo / móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por Região (NUTSII), Género e Idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2016) da Direção Geral da Administração Interna (DGAI).
Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade, através do sistema CATI. O questionário foi elaborado pela INTERCAMPUS e posteriormente aprovado pelo cliente. A INTERCAMPUS conta com uma equipa de profissionais experimentados que conhecem e respeitam as normas de qualidade da empresa. Estiveram envolvidos 17 entrevistadores, devidamente treinados para o efeito, sob a supervisão dos técnicos responsáveis pelo estudo. Os trabalhos de campo decorreram entre 20 e 26 de Novembro de 2019.
Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de ± 4%.
Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 66,2%.

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