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Sócrates e Pinho dominam debate que era para ser sobre economia

PS ficou isolado com todos os partidos a apontarem mira ao Governo, criticando a gestão do dispositivo de combate aos incêndios e o estado do sector da Saúde. Sócrates e Pinho foram “fantasmas” presentes.

Lusa
09 de Maio de 2018 às 21:07
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O debate quinzenal desta quarta-feira era para incidir sobre questões económicas e sociais, porém, à excepção do PS, os restantes partidos preferiram temas com maior potencial para causar mossa ao Governo e aos socialistas: Sócrates, Pinho, incêndios e Saúde.

Contrariando a imagem de deputado pouco aguerrido, o líder parlamentar do PSD abriu o debate a confrontar António Costa com questões sobre José Sócrates. Qual o motivo para o PS ter demorado tanto tempo a demarcar-se do antigo líder socialista e por que razão o partido mudou agora de discurso, questionou Fernando Negrão. Por medo de ser penalizado eleitoralmente, acrescentou.

Acusando Negrão de "deslealdade parlamentar", o primeiro-ministro lembrou não estar no Parlamento como líder do PS mas como chefe do Governo. Mas para não "fugir" à pergunta, afirmou, em nome pessoal, não ter mudado de posição e reiterou que, na semana passada, se limitou a repetir a ideia de que, se "aqueles factos vierem a ser provados, isso constitui uma desonra para a democracia".

Numa tentativa de mudar de assunto, surgiram duas intervenções de deputados do PS, uma sobre emprego científico e outra para alertar para o mau prenúncio da proposta de orçamento plurianual feita pela Comissão Europeia.  

Tentativa frustrada. Seguiu-se o Bloco de Esquerda e Catarina Martins logo salientou a importância do fim do sigilo bancário, desafiando mesmo o Governo a regressar ao tema. A coordenadora do BE  anunciou que o partido vai propor o fim do sigilo para os depósitos acima de 50 mil euros, para "evitar fugas ao fisco", e  ainda que passe a ser possível ao Banco de Portugal "revelar os maiores devedores da banca".

Pela voz do secretário-geral Jerónimo de Sousa, o PCP criticou a "promiscuidade entre poder político e económico" e as privatizações "com decisões tomadas em processos pouco transparentes", para justificar a proposta comunista no sentido de conferir maior abrangência à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as rendas da energia.

Também com a corrupção como pano de fundo, o CDS instou o Governo a "embarcar" numa revisão constitucional para melhorar a Justiça, desafio de imediato rejeitado por António Costa porque "se há matéria em que o Governo não deve intervir" é essa. Já com a mira apontada ao ex-ministro Manuel Pinho, a líder centrista, Assunção Cristas, pediu uma auditoria interna ao Ministério da Economia e perguntou a Costa  se pretende investigar o seu Governo para evitar situações como as que marcaram a anterior governação socialista.

"Se tem alguma sugestão, estou disponível para ouvir. Mas não desconfiar de toda a gente em geral", respondeu o chefe do Governo.

"Barafunda" no combate aos incêndios

A forma como está a decorrer a preparação do  combate aos incêndios e a situação na Saúde foram as outras "lanças" apontadas ao Governo. Cristas criticou o "garrote" imposto pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, à Saúde, e o Bloco pediu ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para "decidir se é ministro da Saúde ou se é Mário Centeno". Admitindo alguns "avanços", o PCP exige melhores condições para os trabalhadores do sector.

No dia em que o Público noticiou que as equipas de resposta imediata aos fogos têm falta de meios essenciais, Costa notou que o dispositivo deste ano é superior ao dos anos anteriores e disse que apesar de os meios aéreos contratados aguardarem ainda visto do Tribunal de Contas, poderão actuar em caso de emergência. Para Cristas, esta explicação mostra que há uma "barafunda" na preparação da época dos incêndios.

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