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PSD pergunta sobre Sócrates e Costa critica "deslealdade parlamentar"

O deputado Fernando Negrão iniciou o debate parlamentar com várias questões dirigidas ao primeiro-ministro relacionadas com José Sócrates. António Costa acusou o PSD de "deslealdade parlamentar" e insistiu na separação de poderes.

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09 de Maio de 2018 às 15:49
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O PSD começou o debate quinzenal desta quarta-feira, 9 de Maio, com um ataque cerrado ao PS e, em particular, ao primeiro-ministro, apresentando um conjunto de questões relacionadas com o caso José Sócrates. O líder parlamentar social-democrata, Fernando Negrão, perguntou qual a razão para o PS demorar três anos a demarcar-se de Sócrates e qual o motivo que levou à mudança de "estratégica e discurso" sobre este caso.

"Foi com medo de ser contaminado eleitoralmente pelo comportamento de [José] Sócrates e [Manuel] Pinho? Para o PS e para o senhor, o que é mais importante, os votos e eleições ou os princípios e convicções", acrescentou Negrão ao que António Costa respondeu lembrando estar no plenário enquanto primeiro-ministro e não como secretário-geral socialista. 

Ainda assim, Costa rejeitou "fugir" às questões e apesar da "manifesta deslealdade parlamentar" respondeu repetindo a declaração feita na semana passada, durante a visita de Estado ao Canadá: "Desde há muitos anos que tenho o mesmo entendimento sobre o que deve ser a interpretação da separação e interdependência dos poderes", explicou garantindo não ter mudado "em nada" a respectiva posição.

"Se obviamente aqueles factos vierem a ser provados isso constitui uma desonra para a democracia", prosseguiu o líder do PS lembrando que se, pelo contrário, for provada a inocência de Sócrates isso será uma prova de que a Justiça funciona. 

 

Insatisfeito com a resposta, Negrão acrescentou outra: "Afinal a bancarrota foi culpa da crise ou o resultado de nefastas decisões tomadas pelo Governo a que vossa excelência pertenceu, liderado por Sócrates?" Uma vez mais, o primeiro-ministro recuperou uma posição já diversas vezes apresentada, defendendo que o resgate externo se ficou a dever a uma "crise com raiz sistémica na construção defeituosa da Zona Euro, que expôs de forma desnecessária países que estavam em situação particularmente grave" devido a "decisões erráticas que a União Europeia tinha adoptado".

António Costa precisou depois que já tinha saído do Governo de Sócrates em 2007 (saiu para se candidatar à Câmara de Lisboa), "mas não é por isso que deixou de ser apoiante desse Governo", atirou.

Negrão aponta "incompetência" do Governo na preparação da época dos incêndios

De seguida, o deputado do PSD mudou de flanco para atacar a "incompetência" do Executivo socialista na preparação do combate aos incêndios, apontando a falta de meios aéreos e recordando o relatório que mostrou "falhas graves" no incêndio de Pedrógão Grande. 

António Costa limitou-se a assegurar que o Governo está a fazer tudo ao seu alcance para garantir que os meios de combate aos fogos estarão preparados a tempo, embora não tenha dito como nem quando. 

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