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PSD pergunta sobre Sócrates e Costa critica "deslealdade parlamentar"
O deputado Fernando Negrão iniciou o debate parlamentar com várias questões dirigidas ao primeiro-ministro relacionadas com José Sócrates. António Costa acusou o PSD de "deslealdade parlamentar" e insistiu na separação de poderes.
"Foi com medo de ser contaminado eleitoralmente pelo comportamento de [José] Sócrates e [Manuel] Pinho? Para o PS e para o senhor, o que é mais importante, os votos e eleições ou os princípios e convicções", acrescentou Negrão ao que António Costa respondeu lembrando estar no plenário enquanto primeiro-ministro e não como secretário-geral socialista.
"Se obviamente aqueles factos vierem a ser provados isso constitui uma desonra para a democracia", prosseguiu o líder do PS lembrando que se, pelo contrário, for provada a inocência de Sócrates isso será uma prova de que a Justiça funciona.
Insatisfeito com a resposta, Negrão acrescentou outra: "Afinal a bancarrota foi culpa da crise ou o resultado de nefastas decisões tomadas pelo Governo a que vossa excelência pertenceu, liderado por Sócrates?" Uma vez mais, o primeiro-ministro recuperou uma posição já diversas vezes apresentada, defendendo que o resgate externo se ficou a dever a uma "crise com raiz sistémica na construção defeituosa da Zona Euro, que expôs de forma desnecessária países que estavam em situação particularmente grave" devido a "decisões erráticas que a União Europeia tinha adoptado".
António Costa precisou depois que já tinha saído do Governo de Sócrates em 2007 (saiu para se candidatar à Câmara de Lisboa), "mas não é por isso que deixou de ser apoiante desse Governo", atirou.
Negrão aponta "incompetência" do Governo na preparação da época dos incêndios
De seguida, o deputado do PSD mudou de flanco para atacar a "incompetência" do Executivo socialista na preparação do combate aos incêndios, apontando a falta de meios aéreos e recordando o relatório que mostrou "falhas graves" no incêndio de Pedrógão Grande.
António Costa limitou-se a assegurar que o Governo está a fazer tudo ao seu alcance para garantir que os meios de combate aos fogos estarão preparados a tempo, embora não tenha dito como nem quando.