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"Será um erro desvalorizarmos os perigos para a democracia", avisa o PS

No discurso de comemoração do 25 de abril, o líder do grupo parlamentar do PS alertou para "os perigos" para a democracia, considerando que seria um erro desvalorizá-los. "Democratizar é uma tarefa continuamente incompleta" e, para isso, é necessário "reforço da transparência e do escrutínio" dos decisores, disse.

Lusa
25 de Abril de 2019 às 11:28
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O líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César, defendeu que será "um erro" para o país desvalorizar os perigos para a democracia e que "democratizar é uma tarefa continuadamente incompleta".

"Quando olhamos, porém, as incertezas e disfunções do nosso tempo e nos confrontamos com aliciamentos e receituários que se fazem atrativos, que trocam os medos pela intolerância, pela mentira e pelo apoucamento dos políticos e das instituições democráticas - com o propósito inconfessado não de as reformar, mas de as suprimir -, será um erro desvalorizarmos esses perigos para as democracias", afirmou Carlos César, na sua intervenção no parlamento, na tradicional sessão solene de comemoração do 25 de abril. 

"Todos os cuidados são poucos", disse, acrescentando que "a velha Europa do decadentismo democrático" está a agravar-se.

O socialista começou a sua intervenção a lembrar a forma como recebeu a notícia da revolução de 25 de abril de 1974, em Ponta Delgada, nos Açores, e, depois, invocou as tarefas enumeradas por José Medeiros Ferreira, açoriano que foi ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo Constitucional, para o futuro Estado de direito: "Democratizar, descolonizar e desenvolver". 

No entanto, 45 anos depois, Carlos César considerou que "democratizar é uma tarefa continuamente incompleta", por estar centrada na promoção da igualdade de oportunidades, mas também por estar "indiscutivelmente associada" ao "reforço da transparência e do escrutínio dos interesses dos decisores ao mais variado nível dos poderes intervenientes".

Para o líder da bancada socialista, o 25 de abril de 1974 "foi como se, aos portugueses e às portuguesas, tivesse sido atribuída, ou devolvida, a maioridade cívica".

"Só quem não imagina como falecemos em ditadura é que poderá pensar que é pior viver, não ganhando sempre, em democracia. O espírito do 25 de abril é o de sermos valorizados e respeitados por pensarmos e por agirmos todos de forma diferente", defendeu.

Por isso, acrescentou, para o PS evocar o 25 de abril "não é necessariamente depreciar a direita política ou obrigatoriamente exaltar a esquerda. É respeitarmo-nos na nossa diversidade", frisou.

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