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Santana Lopes quer “unir o partido” e acusa Rui Rio de “virar a cara” ao PSD

Santana Lopes fez uma referência ao passado, defendendo que a queda do Governo, protagonizada por Jorge Sampaio foi determinante para o que se passou a seguir em Portugal. Sobre Rui Rio, sem nunca referir o seu nome, Santana Lopes teceu duras críticas, acusando-o de “virar a cara” ao partido numa altura em que o PSD mais precisou dos seus militantes.

22 de Outubro de 2017 às 17:00
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"Quando o partido precisa de mim, regra geral estou presente. Não estou presente só quando preciso do partido", afirmou Pedro Santana Lopes no discurso de apresentação da sua candidatura, cujo lema é "Unir o partido, ganhar o país".

Pedro Santana Lopes começou o seu discurso afirmando que é necessário "clarificar" para prosseguir. E neste ponto teceu duras críticas a Rui Rio, o seu único adversário para a liderança do PSD, deixando a resposta para os militantes do partido: "Alguém quer um partido sem memória, sem respeito por si mesmo?" 

"Disse, num congresso em 2005, quando cessei funções, que iria andar por aí, nunca pensei que essa frase fosse tantas vezes citada. Mas hoje estou aqui e vim para clarificar. Quero unir, mas quero unir depois de clarificar. O PPD/PSD precisa disso e Portugal também."

Defendendo a ainda actual liderança do PSD, Pedro Santana Lopes dirigiu críticas a Rui Rio, por este ter participado em alguns eventos da esquerda, "na altura em que o partido salvava o país da bancarrota". Santana Lopes diz acreditar que o seu partido "não se entrega" nas mãos de quem, "quando mais precisou dos militantes, lhe virou a cara ou foi dar o braço aos adversários políticos." O candidato acusou ainda, sem nunca referir nomes, Rui Rio de "patrocinar movimentos para derrotar candidatos do partido." 


E recordando todos os cargos que desempenhou no partido, a pedido dos então líderes, sublinhou: 

"Quando o partido precisa de mim, regra geral estou presente. Não estou presente só quando preciso do partido".

Santana Lopes revelou ainda que propôs a Passos Coelho, líder do PSD, que fixasse "um prazo mais alargado para esta campanha" de forma a que os militantes pudessem "fazer a clarificação". E, sugeriu também que todas "as distritais organizassem um debate com os candidatos".


Durante o seu discurso foram várias as referências críticas a Rui Rio, mas não só. António Costa, primeiro-ministro, e a solução governativa também mereceram reprovação. "São uma frente de esquerda, com comunistas e extrema-esquerda, de que o PS se aproveita para governar com um programa que não é seu." Santana Lopes considera que esta solução "é má para o país" e que o PSD tem "de preparar a alternativa"."Há que mostrar aos portugueses que há melhor e bem melhor".

E ainda que admita "pactos de regime", garante que será "intransigente" com o que considera fundamental.

Santana Lopes defende que o seu partido precisa de se adaptar ao "tempo em que vivemos". O responsável diz querer "um partido cada vez mais popular", mais "próximo das pessoas. 

Durante a sua intervenção, Santana Lopes realçou ainda por diversas vezes o orgulho que tem no seu partido e na sua história, seja dos momentos bons ou dos menos bons. E destacou o mandato do actual líder do partido, realçando que a "salvação nacional feita por Pedro Passos Coelho e pelo seu Governo".

Deixou ainda palavras sobre Marcelo Rebelo de Sousa, "para dizer que o PSD/PPD tem orgulho em ter o Presidente da República que tem. Eu tenho um entendimento muito simples: os Presidentes da República não podem nunca ser oposição aos Governos. Mas podem, e devem, ser a voz da consciência nacional quando os governos não a ouvem como foi agora o caso", referindo-se ao discurso duro que Marcelo Rebelo de Sousa fez no rescaldo dos incêndios que assolaram o país e vitimaram mortalmente mais de 100 pessoas, desde Junho.

Falando para o interior do partido afirmou: "Nós somos um partido que nasceu para ganhar. Não nasceu para ser segundo de ninguém, de ser muleta de alguém. E é isso que quero sublinhar hoje."


(Notícia actualizada às 18:06 com mais declarações)

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