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Rui Rio entre os deputados do PSD que recusam ser vacinados na lista da Assembleia da República
Entre os 12 deputados do PSD que assim não vão ser vacinados com prioridade na lista do Parlamento está o líder do partido, Rui Rio.
Na lista que o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, enviou ao primeiro-ministro com os nomes dos deputados que deviam integrar já o plano de vacinação, há 12 dos PSD que já avisaram que não pretendem ser vacinados.
Os nomes foram divulgados pelo próprio PSD, que numa nota à imprensa revela "a relação nominativa dos deputados do Grupo Parlamentar do PSD que entendem que, com este enquadramento, não devem ser vacinados e que figuram na lista de Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República para o Primeiro-Ministro".
Entre os 12 deputados do PSD que assim não vão ser vacinados com prioridade na lista do Parlamento está o líder do partido:
Rui Rio;
Adão Silva;
Luís Marques Guedes;
Firmino Marques;
Pedro Roque;
Paulo Rios de Oliveira;
José Silvano;
Helga Correia;
Afonso Oliveira;
André Coelho Lima;
Clara Marques Mendes;
Isaura Morais.
Desta forma, dos 50 deputados indicados por Ferro Rodrigues ao primeiro-ministro, no máximo serão vacinados 38. Segundo a RTP, a lista continha 19 deputados do maior partido da oposição e 26 do PS.
Rui Rio defendeu que o Governo deveria ter incluído os políticos na lista prioritária da vacinação, mas depois criticou o "exagero" da lista prevista, que prevê a inclusão de cerca de mil pessoas.
O Governo errou ao não incluir os principais decisores políticos nas prioridades de vacinação. Quando corrige, volta a errar por via do exagero. Não inclui os médicos do setor privado, mas alarga, p.ex., à globalidade dos órgãos de soberania. Falta firmeza e bom-senso.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) January 26, 2021
Na quarta-feira, o presidente do PSD pediu "equilíbrio" e "bom senso" na definição dos políticos que serão vacinados de forma prioritária, e disse que aceitará a vacina se existir um "consenso", apesar de não se considerar um caso "nevrálgico".
"A minha posição é fácil, para quem me conhece e está atento: eu discordo completamente da demagogia de não vacinar político nenhum", afirmou, no final de uma audiência com o Presidente sobre o estado de emergência, questionando qual é a vantagem para o país de ter vários ministros do Governo infetados.
Sobre o seu caso pessoal - o presidente do maior partido da oposição ocupa uma posição de destaque na lista do protocolo de Estado e deverá ser incluído no plano prioritário -, Rio disse não se considerar "um caso nevrálgico", mas se tal for decidido por "consenso" não dirá que cede a sua vacina "só para fazer um brilharete".
Fonte parlamentar disse ontem à agência Lusa que entre os 50 deputados, num total de 230, estão o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, deputados do PS, PSD, PCP, PEV e uma das duas deputadas não inscritas.
Neste grupo de 50 deputados, de acordo com a mesma fonte, está pelo menos um dos quatro vice-presidentes da Assembleia da República António Filipe (PCP), não constando entre eles José Manuel Pureza (Bloco de Esquerda), que prescindiu de ser vacinado nesta fase.
O PCP indicou ao presidente da Assembleia da República dois dos seus 10 deputados para a vacinação contra a covid-19, António Filipe e Ana Mesquita, pelos cargos essenciais que ocupam no funcionamento do parlamento.
Os titulares de órgãos de soberania, deputados da Assembleia da República, membros dos órgãos das regiões autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
No início desta semana, o primeiro-ministro enviou "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".