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Rio ganha moção de confiança e apela ao partido para "remar" no mesmo sentido

O líder do PSD sai reforçado do Conselho Nacional ao ter sido aprovada a moção de confiança com 75 votos a favor e 50 contras. Rui Rio pediu unidade até às eleições.

Nuno Fonseca
18 de Janeiro de 2019 às 07:30
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O Conselho Nacional do PSD aprovou esta sexta-feria, 18 de janeiro, de madrugada a moção de confiança à Comissão Política Nacional liderada por Rui Rio, com 75 votos a favor, 50 contra e um nulo, segundo fonte oficial do PSD.

Inicialmente, tinha sido avançado o número de 76 votos favoráveis e 50 contra, que foi posteriormente corrigido.

Votaram 126 conselheiros nacionais, o que totaliza uma aprovação da moção da confiança por cerca de 60% dos votos.

A moção de confiança tinha sido apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.

Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições -- completou no domingo metade do seu mandato, um ano --, mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.

Rio espera que partido "reme" no mesmo sentido e possa ganhar eleições
O presidente social-democrata, Rui Rio, disse hoje esperar que a partir de agora "remem todos no mesmo sentido", para ver se o PSD recupera e ganha as eleições, e desejou que possa haver paz no partido.

"Neste momento, já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar. Isso é o que nós temos que fazer, é essa a tarefa que temos pela frente. Metade está feita, o PS pode perder, agora nós temos que construir a possibilidade de a ganhar. E espero que a partir de agora remem todos no mesmo sentido para ver se o PSD recupera", afirmou.

À saída do Conselho Nacional do partido, que decorreu num hotel do Porto e aprovou por larga maioria a moção de confiança à sua direção, Rui Rio disse que, com este resultado, sai mais legitimado para prosseguir "o caminho de construir uma alternativa ao governo PS".

"Eu legitimidade para liderar o partido tive sempre porque ganhei as diretas, agora naturalmente face a este tumulto que houve recentemente, este resultado é um resultado importante, porque é um resultado um pouco superior, apesar de tudo, àquele que tive nas diretas. Eu tive cerca de 55% e agora cerca de 60%, portanto, é naturalmente uma ajuda", sublinhou.

"Mas, acima de tudo o que era preciso é que agora houvesse uma paz no partido para que nós pudéssemos fazer o papel que nos compete de construir uma alternativa ao governo do PS", acrescentou.

O presidente do PSD revelou ainda que decidiu manter a estratégia, lembrando que fazer oposição em cima de eleições é "um pouco diferente".

"Decidi manter a estratégia porque a estratégia tem etapas. A dois anos de eleições é uma coisa, a um ano de eleições é outra, o que se faz em cima de eleições é outra ainda diferente. Nós vamos ter eleições para o Parlamento Europeu já agora em maio, naturalmente a forma de fazer oposição é um pouco diferente em cima de eleições. Tudo isto tem uma lógica. Isto não pode ser a política do bota abaixo permanentemente, nem as pessoas aceitam isso", sublinhou.

Questionado sobre se espera que o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, que o desafiou a convocar diretas, esteja ao seu lado nas eleições que se avizinham, Rui Rio defendeu que "não pode pedir isso", pede apenas que o deixem trabalhar.

"Quem não quiser, quem não se sentir completamente à vontade, tem essa liberdade. Eu não posso pedir. Agora o que eu posso pedir é que as pessoas deixem fazer o trabalho com alguma tranquilidade e não haja permanente ruído como tem havido porque, assim, naturalmente não é possível. Eu penso que este Conselho Nacional e esta moção de confiança para esse feito é clarificadora e, portanto, é isso que agora eu espero que aconteça", declarou.
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