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Montenegro promete dar "espaço de afirmação" a Rio e ficar "ao lado do PSD"
O ex-líder parlamentar social-democrata e aspirante presidente do partido considera que o grande vencedor última semana foi o PSD e garante que, a partir de agora, não irá "insistir" com intervenções políticas, prometendo dar "espaço de afirmação" a Rui Rio.
Depois do conturbado Conselho Nacional que decorreu até altas horas da última madrugada e que aprovou, com 75 votos a favor e 50 contra, a moção de confiança a que o próprio Rio se submeteu depois do desafio lançado por Montenegro para que tivesse a "coragem" de marcar eleições diretas, o antigo líder parlamentar do PSD fez uma declaração voltada para o seio do partido mas também para o país.
Nesse sentido e sem responder aos "ataques pessoais" que lhe foram feitos, Luís Montenegro considera que as 12 horas de Conselho Nacional foram uma "reunião à PSD" e defende que o desafio feito ao presidente do partido "teve um efeito inegável: acordou o gigante adormecido que é o PSD".
"Nada vai ficar como dantes, nada vai ficar na mesma", acrescentou apontando os três maiores desafios no futuro próximo do PSD: garantir "unidade interna"; fazer uma "oposição firme e efetiva"; e concentrar-se no "grande objetivo para 2019 que é vencer as eleições".
Mesmo sustentando que o PSD deve apontar à vitória nas três eleições deste ano (europeias, regionais na Madeira e legislativas), Luís Montenegro garantiu não ignorar "as dificuldades eleitorais" que o partido enfrenta, afirmando que seria "hipócrita" fazê-lo. Contudo, o PSD que sai da última semana é um partido "vivo", com "esperança" e "condições" para vencer o ciclo eleitoral de 2019, pelo que Rio tem "obrigação", como qualquer outro líder social-democrata, de ir a eleições para as vencer.
"A partir de agora não vou insistir nas intervenções políticas (...) e vou deixar todo o espaço de afirmação política à direção do PSD", prometeu Montenegro acrescentando que irá ficar ao "lado do PSD" e que irá ajudar no "combate cerrado ao Governo socialista".
Montengro deixa guião a Rio
Na parte do discurso virada para o plano nacional, Luís Montenegro deixou uma espécie de guião com as áreas em que o PSD deve concentrar a sua ação política.
No fundo, o PSD deve chegar às legislativas de Outubro com a capacidade de contrapor a respetiva "visão reformista e de futuro" à "visão imobilista e do dia a dia" dos partidos que compõem a atual maioria parlamentar.
Sem querer falar do futuro e assumindo o papel de "militante de base", Montenegro fez também questão de responder àqueles que o acusaram de taticismo, de instigar uma crise interna apenas para marcar terreno e surgir em melhor posição numa eventual eleição interna posterior às próximas legislativas. "Nunca pensei, nem penso, nem atuo em função de lugares, nem para mim nem para ninguém".