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Pureza critica curto alcance das posições europeias de Costa
O deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza fez hoje um discurso violento contra a União Europeia, acusando-a de alimentar "a besta da extrema-direita", e criticou o curto alcance das posições assumidas pelo secretário-geral do PS.
Estas posições foram assumidas pelo vice-presidente da Assembleia da República na X Convenção do Bloco de Esquerda, numa intervenção em que em sustentou a tese de que ser socialista na Europa implica ser contra o chefe de Estado francês, François Hollande e contra o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ambos de forças políticas que fazem parte do Partido Socialista Europeu (PSE).
Na parte final da sua intervenção, que excedeu o tempo limite dado pela mesa da Convenção, o antigo líder parlamentar do Bloco de Esquerda referiu-se diretamente ao primeiro-ministro, pegando na afirmação de António Costa de que é cada vez mais difícil ser socialista sem ser crítico da União Europeia.
"Mas isso é pouco, é mesmo o mínimo dos mínimos e dá lugar a todos os equívocos. Afirmar que só se pode ser socialista na União Europeia, como fez o primeiro-ministro, é somar contradição a esse equívoco", sustentou o dirigente do Bloco de Esquerda.
Pelo contrário, segundo o deputado do Bloco de Esquerda, "está na hora de dizer que só se pode ser socialista contra os centros financeiros de Londres e de Francoforte, contra David Cameron e contra François Hollande, contra Angela Merkel e Jeroen Dijsselbloem".
José Manuel Pureza acusou a atual União Europeia de ser um espaço "disciplinador e punitivo do centro contra a periferia", de usar "uma falsa linguagem moralista" mas ao mesmo tempo fazer acordos "vergonhosos" com a Turquia, "pagando a um ditador" para conter os refugiados.
"É a falsa linguagem de moderação de uma União Europeia que aceita jogar o jogo da xenofobia quem alimenta a besta da extrema-direita", acrescentou o vice-presidente da Assembleia da República.