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PSD "sem sossegar enquanto houver um português no desemprego"

O vice-presidente e porta-voz do PSD, Marco António Costa, reagiu hoje "com agrado" à descida em 13,3% do desemprego em 2014 face a 2013, mas sublinhou que o partido "não vai sossegar enquanto houver um português desempregado".

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Janeiro de 2015 às 18:47
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"Registamos com agrado esta diminuição no número de desempregados inscritos nos centros de emprego", afirmou aos jornalistas Marco António Costa.

 

O social-democrata frisou, contudo, que é uma "satisfação moderada", justificando que o partido mantém a "preocupação enquanto existir um português desempregado, não pode ter sossego relativamente ao tema".

 

O vice-presidente do partido falava à margem de uma reunião dos Trabalhadores Sociais-Democratas, numa unidade hoteleira do concelho de Torres Vedras.

 

De acordo com números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Dezembro e em termos homólogos, o número de inscritos como desempregados nos centros de emprego caiu 13,3%, o que representa menos 91.954 pessoas.

 

Comparando com o mês anterior, o número de desempregados inscritos no IEFP subiu 0,1%, ou seja, mais 498 pessoas do que em Novembro.

 

No encontro, durante o seu discurso, aproveitou também para afirmar que a execução orçamental alcançada em 2014 "foi muito melhor do que o PS estava à espera".

 

"Sabemos hoje que o crescimento económico em 2014 se poderá situar perto de 1%, a expectativa de atingirmos um défice que ronda os 4% está dentro do nosso alcance e que conseguimos atingir os resultados a que nos propusemos no início de 2014", disse.

 

O défice das administrações públicas desceu 1.761,5 milhões de euros em 2014 face a 2013, atingindo 7.075 milhões de euros e melhorando o objectivo do Governo para o ano passado, divulgou hoje a Direcção-Geral do Orçamento (DGO).

  

PSD acusa PS de "trapalhada atrás de trapalhada"

 

O vice-presidente do PSD acusou  a liderança do PS de lançar "trapalhada atrás de trapalhada", "estar em contramão com a realidade" e não querer dialogar para resolver os problemas do país.

 

Para o social-democrata, a chegada de António Costa à liderança do PS "frustrou as expectativas". "Pensávamos que a qualidade do debate político em Portugal poderia sofrer um melhoramento, um maior grau de exigência ao analisar os factos com objectividade", disse.

 

Pelo contrário, disse, o PS tem vindo a "enganar-se" e Marco António Costa enumerou o que considerou serem "várias trapalhadas", como a dos fundos comunitários, com António Costa a "errar as contas da execução dos fundos comunitários", ou a da TAP, com o líder socialista a afirmar ser contra a privatização da transportadora, quando o Governo de José Sócrates tinha sido a favor, ao assinar o plano de resgate com a 'troika' que previa a privatização da empresa.

 

Marco António Costa lembrou também a discussão sobre o "plano Juncker": o PS dizia que o plano " permitia despesa pública sem efeitos no défice quando hoje sabemos que só poderá beneficiar dessa flexibilização os estados que controlem o défice abaixo dos 3% e isso irá acontecer a Portugal em 2015", afirmou.

 

Para o social-democrata, o PS "voltou a enganar-se agora", sobre o Banco Central Europeu (BCE) e o problema da deflação.

 

"O que o PS reclamou do BCE era que se transformasse num banco privativo dos primeiros-ministros, sempre que desejassem gastar mais dinheiro, para reclamar financiamento directo aos seus Estados através do BCE. O que o BCE veio anunciar é distinto e vem em linha com o que foi sempre a nossa posição", defendeu.

 

Para Marco António Costa, o PS errou também nas previsões para 2014, prevendo um "orçamento irrealista e impossível de atingir os objectivos de crescimento e de controlo das contas públicas", mas "a realidade confirmou quem tinha razão e quem estava enganado", recorrendo aos dados da execução orçamental divulgados na sexta-feira.

 

Marco António Costa concluiu que o PS "não tem propostas para apresentar" às próximas eleições e "demonstra uma total indisponibilidade para acreditar que o país está a construir um tempo novo", limitando-se a lançar medidas "eleitoralistas", apontando como exemplo a isenção das taxas moderadoras para casos de urgências nos centros de saúde durante a gripe.

 

Questionado se PSD e CDS já estão a trabalhar numa eventual coligação para as legislativas, como hoje noticia o jornal Público, Marco António escusou-se a confirmar ou desmentir e apenas salientou que o partido não está ainda em campanha, dizendo que há muito trabalho político pela frente.

 

"Estamos a fazer trabalho político. É responsabilidade dos partidos fazer trabalho político, encontrar-se com as suas estruturas, debater a situação do país. Ainda temos muito trabalho pela frente e é por isso que ambicionamos poder renovar o mandato lá para Outubro de 2015. Faltam muitos meses para debatermos matérias eleitorais", disse, acrescentando que "lá para o verão ou depois do verão" será o tempo desse debate eleitoral.

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