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PSD diz que é indiferente que ganhe Cristas ou Leal Coelho em Lisboa

O coordenador autárquico dos sociais-democratas diz que a candidata à Câmara da capital não é uma escolha de recurso e que é indiferente que ganhe Cristas ou Leal Coelho desde que ambas ocupassem os dois primeiros lugares nas eleições do Outono.

Paulo Duarte
21 de Março de 2017 às 09:33
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Na semana em que o PSD decidiu o nome de Teresa Leal Coelho como candidata à Câmara Municipal de Lisboa - seis meses depois de o CDS ter avançado com a candidatura de Assunção Cristas - o coordenador autárquico dos sociais-democratas considera que "seria indiferente" se a Câmara da capital fosse ganha pelos centristas ou pelos sociais-democratas, desde que as candidatas de ambos os partidos ocupassem os primeiros lugares e impedissem Fernando Medina de renovar o mandato. 

"E, neste caso, vou-lhe ser franco, a ordem dos factores seria indiferente", afirmou Carlos Carreiras esta terça-feira, 21 de Março, em declarações à TSF. O responsável e autarca em Cascais diz ainda "não ter razões para acreditar que Teresa Leal Coelho fique atrás de Assunção Cristas" na candidatura.

"Gostaria muito mais que a candidatura do PSD ganhasse, mas, se chegarmos ao dia das eleições e as duas candidaturas estiverem em primeiro e em segundo lugar, será um excelente resultado," defende. Ainda assim, responsabiliza a líder do CDS por não poder ter havido uma coligação em Lisboa entre os dois partidos, apesar de uma "possibilidade de conciliação" posterior que não se veio a concretizar.

Carreiras nega ainda que Leal Coelho seja uma solução de recurso e deixa nas mãos do eleitorado a decisão sobre quem será o vencedor.

Já visão diferente tem o antigo autarca social-democrata de Coimbra, Carlos Encarnação. Em entrevista ao jornal i, o antigo dirigente diz que a candidata Teresa Leal Coelho foi mal escolhida. "Não cumpre os requisitos para lutar pela vitória em Lisboa. Ponto final," afirma, dizendo que o partido ficou com "aquilo que sobra." 


"O PSD não pode apresentar um candidato para disputar o segundo ou terceiro lugar. O partido devia ter um candidato para ganhar," argumenta, sustentando que as eleições autárquicas são um momento de afirmação política e, neste caso específico, a "única possibilidade" que a formação política tem de se afirmar. 

Aponta, neste caso, o dedo às estruturas do partido, por não terem, em devido tempo, preparado "as eleições como deve ser," levando a que o PSD se deixasse "arrastar pelas circunstâncias". E não poupa nas palavras: "Acho que é uma coisa triste e lamentável. (...) Acho que é mesmo uma vergonha para o partido."

Se a experiência das autárquicas correr mal a Passos Coelho, Encarnação defende que o líder social-democrata deve "compreender que a única coisa que tem a fazer" é "que é um obstáculo" e afastar-se "para bem de todos". 

"É um obstáculo a que o PSD se organize e revitalize e se consiga afirmar. Se ele não quer sair e as pessoas não o querem afrontar, o problema nunca mais se resolve," afirma, acrescentando que Passos tem um "discurso de cangalheiro."

Também o antigo líder social-democrata Luís Marques Mendes, no domingo, tinha responsabilizado Passos por um eventual falhanço em Lisboa depois da escolha de Leal Coelho. "Fernando Medina já está eleito. Só falta saber se é com maioria absoluta. (…) Se as coisas correrem mal [para o PSD], a responsabilidade é do líder," afirmou na sua intervenção na noite deste domingo, 19 de Março. "O PSD ficar em terceiro lugar em Lisboa é um certo choque", acrescentou, em declarações no seu comentário semanal na SIC.

Marques Mendes considerou ainda que a gestão política do processo foi "mais ou menos desastrosa" e que Passos não surpreendeu, tendo de recorrer de forma "quase solitária" a uma pessoa próxima do seu círculo político, vista como uma "solução de recurso."

O nome de Teresa Leal Coelho foi aprovado pelas estruturas distritais do partido no domingo passado e deverá ser esta terça-feira validado pela comissão política nacional. 

(Notícia actualizada às 9:48 com mais informação)

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