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PSD diz que é indiferente que ganhe Cristas ou Leal Coelho em Lisboa
O coordenador autárquico dos sociais-democratas diz que a candidata à Câmara da capital não é uma escolha de recurso e que é indiferente que ganhe Cristas ou Leal Coelho desde que ambas ocupassem os dois primeiros lugares nas eleições do Outono.
Na semana em que o PSD decidiu o nome de Teresa Leal Coelho como candidata à Câmara Municipal de Lisboa - seis meses depois de o CDS ter avançado com a candidatura de Assunção Cristas - o coordenador autárquico dos sociais-democratas considera que "seria indiferente" se a Câmara da capital fosse ganha pelos centristas ou pelos sociais-democratas, desde que as candidatas de ambos os partidos ocupassem os primeiros lugares e impedissem Fernando Medina de renovar o mandato.
"E, neste caso, vou-lhe ser franco, a ordem dos factores seria indiferente", afirmou Carlos Carreiras esta terça-feira, 21 de Março, em declarações à TSF. O responsável e autarca em Cascais diz ainda "não ter razões para acreditar que Teresa Leal Coelho fique atrás de Assunção Cristas" na candidatura.
Carreiras nega ainda que Leal Coelho seja uma solução de recurso e deixa nas mãos do eleitorado a decisão sobre quem será o vencedor.
Já visão diferente tem o antigo autarca social-democrata de Coimbra, Carlos Encarnação. Em entrevista ao jornal i, o antigo dirigente diz que a candidata Teresa Leal Coelho foi mal escolhida. "Não cumpre os requisitos para lutar pela vitória em Lisboa. Ponto final," afirma, dizendo que o partido ficou com "aquilo que sobra."
"O PSD não pode apresentar um candidato para disputar o segundo ou terceiro lugar. O partido devia ter um candidato para ganhar," argumenta, sustentando que as eleições autárquicas são um momento de afirmação política e, neste caso específico, a "única possibilidade" que a formação política tem de se afirmar.
Aponta, neste caso, o dedo às estruturas do partido, por não terem, em devido tempo, preparado "as eleições como deve ser," levando a que o PSD se deixasse "arrastar pelas circunstâncias". E não poupa nas palavras: "Acho que é uma coisa triste e lamentável. (...) Acho que é mesmo uma vergonha para o partido."
Se a experiência das autárquicas correr mal a Passos Coelho, Encarnação defende que o líder social-democrata deve "compreender que a única coisa que tem a fazer" é "que é um obstáculo" e afastar-se "para bem de todos".
"É um obstáculo a que o PSD se organize e revitalize e se consiga afirmar. Se ele não quer sair e as pessoas não o querem afrontar, o problema nunca mais se resolve," afirma, acrescentando que Passos tem um "discurso de cangalheiro."
Também o antigo líder social-democrata Luís Marques Mendes, no domingo, tinha responsabilizado Passos por um eventual falhanço em Lisboa depois da escolha de Leal Coelho. "Fernando Medina já está eleito. Só falta saber se é com maioria absoluta. (…) Se as coisas correrem mal [para o PSD], a responsabilidade é do líder," afirmou na sua intervenção na noite deste domingo, 19 de Março. "O PSD ficar em terceiro lugar em Lisboa é um certo choque", acrescentou, em declarações no seu comentário semanal na SIC.
O nome de Teresa Leal Coelho foi aprovado pelas estruturas distritais do partido no domingo passado e deverá ser esta terça-feira validado pela comissão política nacional.
(Notícia actualizada às 9:48 com mais informação)