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PS: “Governos de gestão são incidentes de percurso nas democracias”

O deputado do PS Pedro Bacelar Vasconcelos, que é também constitucionalista, defende que Cavaco Silva deve dar posse a António Costa, porque manter Passos em gestão será penoso e impróprio. PCP diz que governo de iniciativa presidencial será chumbado.

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Novembro de 2015 às 17:53
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O Parlamento voltou a reunir esta quarta-feira, praticamente mês e meio depois das eleições de 4 de Outubro. Com o país à espera da decisão de Cavaco Silva sobre o Governo, o PS está convencido de que o Presidente não deve reconduzir Passos Coelho, porque os "governos de gestão são incidentes de percurso nas democracias, são constrangimentos transitórios que sempre se deseja tão breves quanto possível", assinalou o deputado Pedro Bacelar Vasconcelos.

 

Para o constitucionalista, governos de gestão "são apenas uma circunstância excepcional, cuja persistência se torna penosa e imprópria quando estão criadas as condições para que a vontade democrática se possa materializar numa fórmula para a legislatura, que corresponda a uma verdadeira mudança política". O deputado defende ainda que "incumbe aos eleitos a interpretação do mandato conferido pelos portugueses", o que significa que é legítimo que a esquerda se una para proporcionar uma maioria alternativa.

 

Agora, prossegue Bacelar Vasconcelos, "é tempo de PSD e CDS reconhecerem a sua derrota e se resignarem ao papel honroso que a democracia sempre reserva às minorias". "É falso que o país esteja a viver uma crise política: não há nada mais normal que o diálogo, a negociação permanente e a construção de consensos".

 

A direita respondeu: quem ganhou foi quem teve mais votos. E não foi esse o caso do PS, notaram Carlos Abreu Amorim e Telmo Correia.

 

José Manuel Pureza cita mercados

 

Ainda no período de declarações políticas, o deputado do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, criticou o discurso das bancadas da direita. "Isolada, a direita clama pela velha dicotomia que sempre foi seu apanágio: ou ela ou o caos", assinalou. Porém, "o extremismo da direita não tem nenhuma relação com a realidade. Para azar dos seus ideólogos e intérpretes, já nem os mercados os ajudam". Isto porque "hoje Portugal fez uma emissão com juros baixíssimos". Para Pureza, "há condições democráticas em Portugal para pôr fim ao ciclo de austeridade".

 

António Leitão Amaro, do PSD, mostrou-se surpreso por ouvir o Bloco de Esquerda a "citar a palavra dos mercados". E deixou um aviso: "não assuma um futuro que ainda não aconteceu, um país que é diferente do que aquele que temos". O objectivo era dar a entender que os mercados reagem às políticas que foram postas em prática pelo anterior Governo.

 

Também António Filipe, do PCP, abordou a situação política do país e considerou que Cavaco Silva não pode nomear um Governo de iniciativa presidencial. Para o comunista, "qualquer governo de iniciativa presidencial seria condenado à rejeição e a sua subsistência traduziria uma paralisia e confronto institucional". Também um Governo de gestão deve ser afastado.

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