O PS já “já transmitiu ao BE a sua disponibilidade para receber uma delegação daquele partido, hoje, às 19h00, no Largo do Rato, em Lisboa”.

Para os socialistas, “os diálogos interpartidários são essenciais para encontrarmos soluções para os graves problemas que o País atravessa”, de acordo com um comunicado enviado às redacções.

O Bloco de Esquerda lançou hoje um repto “tanto ao PS como ao PCP” para “a abertura de um processo de discussão e aprovação das bases programáticas de um governo de esquerda”. O objectivo do Bloco para esse governo de esquerda passa pela “construção de um governo de esquerda que termine a austeridade e o memorando, que consiga a reestruturação da dívida”.

O PS reagiu oficialmente com uma abertura para o diálogo com o Bloco, mas sem fazer referência ao PCP. À TSF, o dirigente comunista Jorge Cordeiro sublinhou que não faz sentido convidar o PS para discutir a formação de um governo de esquerda, por entender que está “empenhado em fazer sobreviver a política de direita”.

Na comunicação que fez ao País, o Presidente da República deixou Bloco e PCP de fora do “compromisso para a salvação nacional”. O PS chegou a insistir que estes partidos também fizessem parte das negociações desse compromisso. Porém, ainda de acordo com os socialistas, foi a auto-exclusão de ambos desse processo negocial que levou o PS a aceitar negociar com PSD e CDS, tal como pedira Cavaco Silva.

Ao aceitar negociar com o Bloco de Esquerda, o PS entra, assim, numa terceira frente negocial, uma vez que já está a negociar com o PSD e o CDS e vai aprovar a moção de censura dos Verdes, que é discutida e votada na próxima quinta-feira.