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PS desmente falência financeira do partido
Socialistas reagem à notícia que dá conta de que o partido esteja a pedir dinheiro aos seus dirigentes perante uma situação de falência financeira. Partido admite dificuldades financeiras.
O PS contesta a ideia de estar em falência financeira e desvaloriza que o partido possa pedir dinheiro aos seus militantes. Em comunicado, a comissão permanente do partido lembra as regras que estão em vigor este ano na gestão do dinheiro do partido: "no corrente ano a sede nacional transferiu a receita das quotas recebidas para as federações distritais, estruturas a quem cabe depois gerir essas verbas conjuntamente com as estruturas locais, processo que decorre com toda a normalidade".
O comunicado surge depois de o Jornal de Notícias ter avançado, em manchete, que face à falência do partido, o PS está a pedir dinheiro aos dirigentes. As finanças do PS estão no vermelho e o partido tem pedido a alguns dirigentes que paguem algumas despesas correntes do seu próprio bolso, sem garantias de virem posteriormente a receber o dinheiro, escreve o Jornal de Notícias. O Partido Socialista acumulava, no final do ano passado, um passivo de 21 milhões de euros e as dificuldades financeiras obrigaram os socialistas a entrarem em contenção de custos. Várias iniciativas deixaram de se realizar porque o dinheiro enviado pela sede, no Largo do Rato, deixou de chegar a várias concelhias, escreve esta manhã o Jornal de Notícias. Em várias dessas concelhias, o partido pede aos dirigentes para pagarem despesas correntes, como a factura da luz ou da água, a título de contribuição.
No entanto, no comunicado, a comissão permanente esclarece que as regras em prática este ano colocam nas mãos das federações - quer recebem o montante das quotas - a gestão das verbas em conjunto com as estruturas locais.
Além disso, o PS começa por distinguir uma situação de falência de uma situação financeira complicada. "Importa começar por esclarecer que há uma enorme diferença entre uma situação financeira complexa e uma falência", lê-se no comunicado, que explica que o PS está a cumprir os compromissos assumidos com os bancos. "O PS está a honrar, em plenitude, os seus compromissos financeiros e iniciou mesmo, no ano corrente, um processo de amortização de dívida negociado com as instituições de crédito que permitirá uma redução sustentada do seu endividamento."
De seguida, o partido desdramatiza que seja pedido dinheiro aos seus militantes: "Coisa diferente é a de este partido político ser acusado de pedir dinheiro aos seus dirigentes e militantes: um partido vive da solidariedade e do trabalho generoso dos seus militantes, pois mais não é que expressão desse colectivo". "Mal seria que o PS não contasse, como conta e sempre contou, com o apoio dos seus dirigentes e militantes, tanto para o trabalho político como para os aspectos das despesas operacionais correntes", conclui.