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PS manifesta "profundo pesar" pela morte do fundador Bernardino Gomes

O Partido Socialista manifestou o seu "profundo pesar" pelo falecimento do fundador do partido Bernardino Gomes, aos 72 anos, hoje de madrugada.

30 de Outubro de 2016 às 16:40
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Numa nota enviada à Lusa, "o Partido Socialista apresenta as suas sentidas condolências à família do camarada Bernardino Gomes, compartilhando a sua dor e a sua perda, que é uma muito sentida e importante perda para todos os socialistas portugueses".

 

O partido informou ainda que as cerimónias fúnebres de Bernardino Gomes (na foto o terceiro a contar da esquerda, na fila de baixo) decorrerão na segunda-feira, pelas 12:00, na Igreja Paroquial de São João e São Pedro do Estoril e que a bandeira do Partido será colocada a meia-haste na sede nacional, no Largo do Rato, em Lisboa.

 

Na nota, o PS destaca que "Bernardino Gomes foi um dos 27 delegados presentes em Bad Munstereifel, na Alemanha, que fundaram o Partido Socialista, em 19 de Abril de 1973, tendo, na sequência disso e da revolução libertadora de Abril de 1974, desempenhado um papel tão discreto quanto crucial na instalação e afirmação do PS como uma força de grande influência na sociedade portuguesa".

 

O partido destacou ainda o papel de Bernardino Gomes no "reconhecimento internacional" do PS e "na defesa de uma sociedade democrática e plural em Portugal, numa muito activa e frutuosa colaboração com Mário Soares, de quem foi sempre um colaborador muito chegado".

 

"Profundo conhecedor e estudioso da área das relações internacionais -- em particular da vertente Atlântica do nosso relacionamento externo, Bernardino Gomes viria ainda a ter um papel importante na criação da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), da qual seria administrador, tornando-a numa trave-mestra da afirmação e consolidação das relações de amizade entre Portugal e os Estados Unidos da América", salientou o PS.

 

Chefe de gabinete de Mário Soares, Bernardino Gomes licenciou-se em Ciências Políticas pela Universidade de Lovaina, Bélgica, e foi director do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, após o 25 de Abril de 1974.

 

Investigador da área das relações internacionais, é autor, com Tiago Moreira de Sá, do livro "Carlucci vs. Kissinger -- Os EUA e a Revolução Portuguesa", sobre o papel dos Estados Unidos na revolução.

 

Durante o período revolucionário, de 1974 a 1975, Bernardino Gomes testemunhou as relações do PS e de Mário Soares com o então embaixador norte-americano, Frank Carlucci.

 

O diplomata norte-americanos em Lisboa discordava da "teoria da vacina", do secretário de Estado, Henry Kissinger, segundo a qual, se Portugal caísse para os comunistas, serviria de exemplo a não seguir por países como Espanha e Itália.

 

Uma das suas últimas posições políticas públicas foi, juntamente com mais 24 fundadores do PS, a declaração de apoio à candidatura de António Costa à liderança do partido, em 2014.

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