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PS interrompe ciclo de prejuízos com resultado positivo de 255 mil euros

Pela primeira vez desde 2012, as contas do PS fecharam em terreno positivo. O exercício de 2016 do Partido Socialista fechou com um lucro de 255 mil euros, escreve hoje o Público. O partido renegociou entretanto a dívida à banca e a fornecedores.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Junho de 2017 às 09:07
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As contas do PS voltaram finalmente a terreno positivo. Depois de anos a acumular prejuízos, o PS fechou 2016 com um resultado positivo de 255.460 euros, algo que já não acontecia desde 2012, de acordo com o Público. Nesse período, o PS acumulou prejuízos que ascenderam a mais de sete milhões de euros, que acabaram por fazer o passivo escalar até aos actuais 20,7 milhões de euros – ainda que no ano passado este tenha diminuído um milhão de euros.

 

Estes foram os resultados comunicados pelo PS à Entidade de Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) na semana passada, e confirmados ao jornal pelo secretário nacional Luís Patrão.

 

Ao jornal, Luís Patrão explica que foi feita uma renegociação da dívida aos bancos e aos fornecedores. "Liquidámos a longa lista de credores", sublinhou, especificando que o partido começou por pagar as dívidas mais baixas e estabeleceu acordos para as mais elevadas. "Pagámos as dívidas inferiores a mil euros primeiro e depois as dívidas até dois mil euros. Por fim, negociámos as dos grandes credores, como os CTT, a PT, as empresas que organizam os congressos, a FIL".

 

Com os grandes credores foram "estabelecidos contratos de liquidação progressiva de dívida", que, garante Luís Patrão, estão a ser cumpridos – em 2016 foram pagos 1,33 milhões em dívidas a fornecedores. Neste momento sobram 27 empresas com dívidas em atraso, mas até final deste ano deverão ser "apenas seis". Neste momento, o PS não está a "fazer nova dívida" – "primeiro pagámos as despesas do mês e depois é que amortizámos as dívidas antigas", resume.

 

O partido também cortou em quase 15% na despesa corrente, após renegociação dos valores de prestação de serviços com os fornecedores, e dispensou oito funcionários, passando a ter 80 trabalhadores no quadro. Em resultado, as despesas com pessoal caíram 17% no ano passado face a 2015, adianta Luís Patrão.

 

O partido adoptou entretanto uma "lógica de racionalização" que deverá garantir que o partido não vai registar prejuízos nas eleições autárquicas. E o partido ainda espera os seis milhões de euros a título de devolução do IVA que a Autoridade Tributária tem rejeitado transferir.

Recorde-se que, nos últimos dias do ano passado, o PS pediu um donativo adicional de 12 euros aos seus militantes, que poderão ter ajudado a atingir este resultado positivo. Sobre isso, Luís Patrão nada disse. Já antes, o PS havia pedido aos dirigentes locais para assumirem do seu bolso o pagamento de despesas correntes, como as contas da luz ou da água.

Luís Patrão reconheceu que em muitos casos o dinheiro não chega às estruturas locais porque são menos de metade – cerca de 60 mil num total de 145 mil – os militantes que pagam as quotas regularmente. Os restantes optam por pagar apenas quando há eleições para as estruturas do partido.

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