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Presidente do Brasil recebe 84 perguntas sobre escândalo de corrupção da JBS
A polícia brasileira entregou esta noite 84 perguntas ao presidente do país, Michel Temer, que é investigado num inquérito de corrupção denunciado pelos donos da empresa JBS.
O chefe de Estado é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à justiça.
Temer terá 24 horas para responder às perguntas por escrito, mas não é obrigado a pronunciar-se sobre todas as perguntas feitas pela polícia federal.
Segundo informações veiculadas pela imprensa local, a maioria das perguntas diz respeito à gravação comprometedora de uma conversa que Temer teve com um dos donos da JBS, o empresário Joesley Batista.
Advogados de defesa de Temer disseram ao jornal Folha de São Paulo que o envio das perguntas um dia antes do início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a sua coligação e da ex-presidente Dilma Rousseff tem o objectivo de "constranger" e "influenciar" o tribunal no sentido de condenar o presidente.
As suspeitas de corrupção contra o chefe de Estado brasileiro levaram à abertura de um inquérito no STF. Em causa está a gravação de uma conversa entre Joesley Batista e Temer sobre o alegado pagamento de "luvas" ao ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente do Congresso e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da presidência.
Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o presidente terá recomendado ao empresário para "manter" o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.
Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido alvo de suspeitas de corrupção.
A degradação da situação política no Brasil levou muitos dirigentes a exigirem novas eleições presidenciais (directas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-presidente que o substitua no caso de abertura de um 'impeachment', um processo de destituição, pela via judicial, do cargo.