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Presidente da República: Macedo "tem uma base de apoio alargada" ao contrário de Domingues

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o "processo de transição [na CGD] correu muito bem". O próximo presidente do banco estatal é "tão competente quanto o anterior" mas tem a "vantagem" de ter uma base de apoio mais alargada.

Bruno Simão/Negócios
05 de Dezembro de 2016 às 12:35
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"Este processo de transição [na CGD] correu muito bem, está a correr muito bem e portanto, tenho uma confiança reforçada na Caixa e no futuro da Caixa", afirmou o Presidente da República aos jornalistas à margem visita à Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD), numa declaração transmitida pelas estações de televisão.

E o Presidente explica: "Está a correr bem porque: A solução encontrada é tão competente quanto a anterior; não levanta problemas nem discussões como foram as discussões sobre a declaração de rendimentos e sua entrega no Tribunal Constitucional nem a negociação com o Banco Central Europeu das condições do plano."

 

A escolha de Paulo Macedo para substituir António Domingues no comando da CGD "ainda tem uma vantagem adicional. É que os dois partidos da oposição não esconderam os seus elogios rasgados ao novo presidente executivo. E portanto, eu diria que esta transição foi suave, muito bem aceite pelos mercados, continuando a gestão anterior a ser assegurada até ao momento de entrada em funções da nova administração", acrescentou.

 

"Tudo isso reforça a confiança na Caixa", salientou.

Como o Negócios avançou a 1 de Dezembro, Paulo Macedo aceitou o convite do Governo para liderar a CGD, substituindo António Domingues que se demitiu depois de várias semanas de polémica sobre a entrega da sua declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional.

 

Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre de Macedo será mais competente do que Domingues, disse: "é tão competente como a primeira [escolha]. Tem é uma base de apoio alargada porque a oposição manifestou um apoio que não tinha manifestado nestes termos ao presidente executivo agora apontado", acrescentou, citado pela TSF.

 

O Presidente da República não adiantou mais declarações. No sábado, o Presidente da República disse manter "a mesma posição que tinha" em relação aos salários dos gestores da Caixa, tendo defendido, quando promulgou a lei sobre os salários dos administradores do banco público, uma "contenção" na remuneração dos responsáveis. 

O Governo decidiu atribuir a Paulo Macedo a mesma remuneração que negociou com António Domingues, o que gerou discórdia entre o Executivo e os partidos que dão apoio parlamentar (BE e PCP). "O ordenado não é de António Domingues. É do presidente da Caixa". Foi assim que fonte governamental justificou ao Negócios por que razão Paulo Macedo vai manter o polémico salário de 423 mil euros anuais do líder demissionário da Caixa.

Já esta segunda-feira, 5 de Dezembro, António Costa se pronunciou sobre o tema. "Os vencimentos [na Caixa Geral de Depósitos] estão fixados. A legislação está em vigor, não a vamos mudar", afirmou António Costa à margem da visita à fábrica da Renova em Torres Novas, numa declaração transmitida pela SIC Notícias. O primeiro-ministro salientou que os salários estipulados para a Caixa não o foram tendo em vista alguém em particular, mas sim para garantir que "a CGD tenha uma gestão profissional, para que possa recrutar no mercado. É uma opção".


(Notícia actualizada às 13:00 com mais informação)

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