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Marcelo sobre os salários da CGD: “Decide quem pode”

O Presidente da República pôs uma pedra na polémica sobre os salários da gestão da CGD que, na sua opinião, deviam ser mais baixos. “Decide quem pode”, reconhece Marcelo. António Costa, que decide neste tema, garante que a remuneração está fixada e não será alterada.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Dezembro de 2016 às 13:11
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Marcelo Rebelo de Sousa defende que os salários da administração da Caixa Geral de Depósitos devem ser mais baixos, mas dá por encerrada a discussão sobre este tema, alegando falta de capacidade de decisão.

 

"Já defendi uma posição no Governo anterior, neste Governo e nas várias administrações [da CGD]. Mas decide quem pode e, uma vez decidido, o que foi decidido é uma boa equipa, uma equipa virada para o futuro", afirmou o Presidente da República aos jornalistas, durante uma deslocação a Castelo Branco, esta segunda-feira, 5 de Dezembro.

 

Também o primeiro-ministro pôs fim ao debate sobre o salário dos gestores da Caixa, garantindo que não vai haver qualquer alteração na sequência da escolha de Paulo Macedo para substituir António Domingues.

 

"Os vencimentos estão fixados. A legislação está em vigor, não a vamos mudar", afirmou António Costa à margem da visita à fábrica da Renova em Torres Novas, numa declaração transmitida pela SIC Notícias. O primeiro-ministro salientou que os salários estipulados para a Caixa não o foram tendo em vista alguém em particular, mas sim para garantir que "a CGD tenha uma gestão profissional, para que possa recrutar no mercado. É uma opção", justificou.

 

Recorde-se que logo que aprovou o diploma que retirou a Caixa dos limites salariais do Estatuto do Gestor Público, em Junho, o Presidente da República defendeu que o salário da administração deveria ter em conta o facto de se tratar de um banco público. Uma posição que Marcelo foi reafirmando ao longo dos últimos meses.

 

A polémica aumentou depois de o ministro das Finanças ter revelado no Parlamento que António Domingues iria ganhar 423 mil euros por ano de remuneração fixa, valor que pode aumentar 50% em função do cumprimento de certos objectivos. Já os restantes administradores executivos recebem 337 mil euros.

 

Foi neste ambiente que o PSD, o Bloco de Esquerda e o PCP avançaram com propostas no Parlamento para imporem novos limites aos salários da gestão da CGD. Algumas ficaram pelo caminho, mas a iniciativa dos sociais-democratas é debatida esta terça-feira na Assembleia da República.
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