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Presidenciais: André Ventura não vai andar na rua
Candidato presidencial vai reformular o modelo de campanha, considerando que “não faz sentido num momento de confinamento absoluto fazer atividades na rua”.
O candidato presidencial André Ventura anunciou hoje que vai "redefinir o modelo e a forma de fazer campanha", face ao agravamento das medidas devido à pandemia, indicando que "hoje mesmo" vai reunir-se com a estrutura da candidatura.
"Vamos redefinir o modelo e a forma de fazer a campanha, porque acho que não seria razoável não o fazer quando todos os portugueses estão a fazer ajustes também à sua vida", afirmou, questionado sobre o facto de a campanha poder decorrer num período em que a população estará sujeita a confinamento.
Ainda assim, faz "questão de estar em todos os distritos, porque é um sinal político".
André Ventura falava aos jornalistas no final de uma audiência com o primeiro-ministro, em São Bento, na qual participou na qualidade de presidente do Chega, uma vez que António Costa está a ouvir os partidos sobre um eventual agravamento das medidas de combate à covid-19 em Portugal.
"Acho que não faz sentido num momento de confinamento absoluto fazer atividades na rua. Apesar de haver autorização, os portugueses não compreenderão muito bem andar uma comitiva na rua quando as pessoas não podem sair de casa, e depois andarem na rua sem ninguém na rua, e sem qualquer interação, acaba por ser um exercício de autopromoção", argumentou o candidato.
O candidato a Presidente da República indicou igualmente que ainda hoje vai reunir-se com o diretor de campanha e com os mandatários dos vários distritos para "reorganizar o modelo".
Sobre um eventual adiamento das eleições, André Ventura considerou que "juridicamente não é possível", pois seria necessária uma revisão constitucional, o que não é possível de concluir em tempo útil.
Na agenda de campanha distribuída aos jornalistas pela candidatura, estavam previstas arruadas e comícios, além de contactos com a população.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral decorre entre 10 e 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
Desde 1976, foram Presidentes António Ramalho Eanes (1976-1986), Mário Soares (1986-1996), Jorge Sampaio (1996-2006) e Cavaco Silva (2006-2016). O atual chefe de Estado, eleito em 2016, é Marcelo Rebelo de Sousa, que se recandidata ao cargo.