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Portugueses desagradados com a democracia do país

Os portugueses não gostam da democracia que têm, conclui o estudo “Significados e Avaliações da democracia”. A classe política culpabiliza os meios de comunicação social pela falha na apreensão das mensagens transmitidas.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 17 de Março de 2014 às 16:18
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O conceito que os portugueses têm de democracia é semelhante ao dos cidadãos de outros países europeus. Mas a apreciação concreta que fazem da democracia que temos fica - nalguns domínios - "abaixo das detectadas em média". Estas são algumas conclusões do estudo “Significados e Avaliações da democracia” coordenado pelos politólogos Pedro Magalhães e Marina Costa Lobo, noticia o jornal Expresso.

 

Os portugueses sentem que os governos e mecanismos de democracia directa são insuficientes e originam sentimento de falha do poder político. A sensação de défice democrático acontece porque há falhas de comunicação entre os Governos e população, revela o trabalho. 

 

Segundo a investigação, os maiores défices democráticos "situam-se no domínio do funcionamento dos tribunais, na capacidade de os governos assegurarem justiça social e num sentimento de falta de controlo popular do poder político (governos que não explicam as suas decisões aos eleitores e insuficientes mecanismos de democracia directa)".

 

A população mais favorecida economicamente reconhece melhor os direitos de cidadania e os processos eleitorais e "tendem a ter um conceito de democracia" que desvaloriza "as acções ligadas à justiça social ou ao controlo popular através dos referendos", revela o estudo, citado pelo Expresso.

 

A investigação revela ainda que, em situação de crise, a população mais desfavorecida acredita que só há liberdade quando a repartição de rendimentos é justa e as mulheres dão mais importância à distribuição de rendimentos do que os homens.

 

Políticos hiper-valorizam comunicação social

 

A classe política classifica a “qualidade da informação nos meios de comunicação” de elevada importância e consideram que "a qualidade da informação nos meios de comunicação, o principal intermediário entre os políticos e os cidadãos", é má. Responsabilizando, assim, os jornalistas pelas falhas de comunicação entre governos e cidadãos.

 

Na classe política, as impressões  "não se afastam significativamente dos obtidos para a população em geral" e o conceito de “democracia” não se limita à realização de "eleições livres”. “A igualdade perante a lei e o combate à pobreza aparecem como dimensões de importância igualmente elevada” revela o trabalho.

 

O estudo “Significados e Avaliações da democracia” é a versão portuguesa do inquérito"European Social Survey", no qual participaram mais de 40 mil pessoas com idade superior a 15 anos, e complementada com um barómetro.

 

Os resultados do estudo europeu e do inquérito à classe política portuguesa, coordenado pelos politólogos do Instituto de Ciências Sociais, são apresentados esta terça-feira, 18 de Março, avança o Expresso.




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