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Portugal já vai no sexto dia para conseguir o “compromisso de salvação nacional”
Os partidos já estão reunidos esta sexta-feira. É mais um dia de negociações para uma solução política para Portugal. O prazo dado pelo Presidente da República para um entendimento foi de uma semana. O ambiente continua tenso.
Sexta-feira. Sexto dia de negociações. Os representantes do PSD, CDS-PP e do PS estão novamente reunidos para procurar um “compromisso de salvação nacional”, como pedido pelo Presidente da República.
Desta vez, o encontro é no Largo do Rato, na sede do maior partido da oposição. Nos dias anteriores, já houve reuniões também na Lapa, sede social-democrata, ou no Largo do Caldas, dos centristas.
Em cima da mesa, continua um consenso em torno de matérias do futuro do País, que assegurem a estabilidade política e económica nacional. O corte de 4,7 mil milhões de euros na estrutura de despesas do Estado tem sido o maior elemento de discordância entre as três forças políticas, segundo tem sido noticiado.
Entretanto, um grupo de membros da elite económica nacional lançou um apelo para um entendimento. Um acordo que tem de ir desde o regresso aos mercados de financiamento por parte de Portugal até à própria reforma do Estado.
O Partido Socialista decidiu adiar a reunião da comissão política para não reunir o órgão máximo antes de se chegar a uma conclusão sobre o compromisso entre os três partidos. Já o Partido Social Democrata reuniu o seu conselho nacional. Passos Coelho fez o seu discurso de abertura, transmitido em directo pelas televisões nacionais no mesmo dia em que já tinha falado no Parlamento.
O primeiro-ministro afirmou que, no processo negocial entre os três partidos do arco da governação, “não há concessões a fazer”. “Não se trata de fazer um negócio ou um regateio”, disse aos dirigentes do partido.
"Eu reajo com silêncio às declarações do presidente do PSD e primeiro-ministro, porque é em silêncio que tenho estado durante todo este processo de diálogo interpartidário", disse esta sexta-feira o secretário-geral do PS.
Entre os vários partidos, nomeadamente os que dão suporte à coligação, tem sido pedida “boa-fé” na negociação. António José Seguro disse ontem que o PS está de “boa-fé” mas garantiu que não é por estar a negociar que deixará de fazer oposição. Uma afirmação no dia em que votou a favor da moção de censura de Os Verdes, entretanto chumbada pela maioria.
Essa votação ficou marcada, como assinalou a SIC, pelo facto de muitos deputados do PS terem abandonado o hemiciclo ainda quando os pares da direita estavam a aplaudir o resultado. Várias têm sido as vozes socialistas, incluindo a do antigo Presidente da República Mário Soares, de que haverá uma cisão no PS se o partido chegar a um acordo com o PSD e CDS-PP.
Um ambiente tenso quando estão a decorrer as conversas interpartidárias. À volta da mesa de negociações continuam os mesmos “negociadores”. Do lado do PS, Alberto Martins, Óscar Gaspar e Eurico Brilhante Dias. Do PSD, encontram-se Jorge Moreira da Silva, Miguel Poiares Maduro e Carlos Moedas enquanto negoceiam Pedro Mota Soares e Miguel Morais Leitão do CDS-PP.
Entretanto, Cavaco Silva já abandonou as Ilhas Selvagens em direcção a Lisboa, não sem antes ter reforçado a ideia de que está confiante num acordo ao dizer que teve uma noite “tranquila” sem “nenhuma notícia desagradável”.