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Pompeo: EUA preferem virar costas à Coreia do Norte do que assinarem um "mau acordo"
Depois de ontem Donald Trump ter dito que o seu encontro com o líder norte-coreano, previsto para 12 de Junho em Singapura, poderá não acontecer nessa data, os receios voltaram hoje a intensificar-se com as declarações do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que disse que o seu país prefere afastar-se da Coreia do Norte do que assinar um mau acordo.
Mike Pompeo disse esta quarta-feira que Washington está preparada para virar costas às conversações com Pyongyang sobre o nuclear se o encontro entre Trump e Kim Jong-Un não correr como esperado.
"Um mau acordo não é opção", declarou Pompeo, citado pela Reuters. "O povo americano está a contar connosco para chegarmos à solução certa. Se não tivermos o acordo certo em cima da mesa, iremos respeitosamente embora", acrescentou.
O presidente dos EUA já tinha dito ontem que havia "uma forte probabilidade" de o seu encontro com o líder norte-coreano não acontecer a 12 de Junho, como estava planeado. Tudo porque, justificou, Jong-Un parece estar a resistir à ideia de abandonar as suas armas nucleares.
Está previsto a cimeira de Singapura decorrer num ambiente de desanuviamento, isto depois da aproximação de Pyongyang e Seul que permitiu à Coreia do Norte e à Coreia do Sul assinarem um acordo de paz que colocou formalmente fim à guerra coreana e que estabeleceu como "objectivo comum" garantir a "desnuclearização total" da península coreana.
Ainda no âmbito do nuclear, recorde-se que os EUA anunciaram no passado dia 8 de Maio a saída do acordo nuclear com o Irão, tendo reimposto sanções contra aquele país.
Os EUA ficam em grande medida isolados na cena internacional, desde logo porque os restantes cinco países que assinaram o acordo com o Irão pretendem que o mesmo se mantenha em vigor. Resta saber o que fará Teerão agora que os Estados Unidos rasgaram o acordo e que as penalizações financeiras voltaram a pender sobre o regime iraniano.
Foi este acordo assinado em 2015 com o Irão que levou a que fossem levantadas as sanções do Ocidente contra o país, fazendo nomeadamente com que este regressasse ao mercado petrolífero como exportador. O acordo, recorde-se, foi celebrado em troca de o Irão limitar a sua capacidade de enriquecimento de urânio à exclusivamente necessária para a produção de electricidade.