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PCP quer rastrear e recuperar dinheiro usado em créditos lesivos da banca

O PCP entregou no parlamento dois projectos de lei que quer ver discutidos na quinta-feira, defendendo a criação de uma unidade técnica para recuperar património de créditos que lesaram a banca nacional.

Miguel Baltazar
14 de Maio de 2018 às 08:42
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Em declarações à agência Lusa, o deputado comunista Miguel Tiago explicou que esta unidade visa identificar os "créditos perdoados, incobráveis que tenham sido compensados com fundos públicos", nos casos do BES, BPN e Banif, intervencionados pelo Estado.

 

Além de identificar esses créditos, o PCP pretende que, quem deles tenha beneficiado, "seja chamado a participar nas perdas dos bancos", segundo Miguel Tiago.

 

Os portugueses pagaram "muitos milhares de milhões de euros para saldar buracos financeiros que estavam nesses bancos. Agora, é preciso saber quem ficou com o dinheiro e quem enriqueceu com esse dinheiro", acrescentou. 

 

E, sublinhou, "importa recuperar tudo o que é possível recuperar", porque esse dinheiro "é rastreável" em empresas, contas no estrangeiro ou em "offshore".

 

O deputado comunista recordou que, entre BES, Banif e BPN, o Estado gastou cerca de dez mil milhões de euros.

 

No outro diploma os comunistas propõem que sejam identificados os grandes devedores, não só a Caixa Geral de Depósitos, como pretende o PSD na sua "fúria contra a CGD", nas palavras de Miguel Tiago.

 

A ideia do PCP é identificar quem "contraiu créditos e tenham sido dados como incobráveis ou perdidos", "não todas as pessoas".

 

A lei só se aplicaria a bancos intervencionados, que "tenham recebido capitais públicos ou empréstimos" e só seriam comunicados à Assembleia da República os grandes devedores dos bancos, em valores superiores a dois milhões de euros.

 

Miguel Tiago afirmou não ter "grandes expectativas" quanto ao sentido de voto do PS, partido do Governo, nestes projectos, dado que se absteve num projecto de resolução com o mesmo teor, numa altura em que PSD e CDS-PP estavam no executivo.

 

A bancada do PCP pretende que estes projectos sejam discutidos na quinta-feira no parlamento, quando está agendada a discussão no plenário da Assembleia da República de projectos do BE sobre os sectores bancário e financeiro.           

 

 

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