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Passos criou ONG financiada pela Tecnoforma

Antes de ter ingressado na Tecnoforma, Pedro Passos Coelho foi o impulsionador da criação de uma ONG, para a cooperação internacional, directamente ligada à empresa de formação profissional. Projectos financiados pelo Fundo Social Europeu, terão sido desenvolvidos em Portugal, relata o "Público"

Negócios 03 de Dezembro de 2012 às 09:12
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Na década de 1990 Pedro Passos Coelho foi o principal impulsionador de uma organização não governamental (ONG), ligada directamente à Tecnoforma, e que teve entre os seus quadros directivos nomes como Marques Mendes, Ângelo Correia e Vasco Rato. O objectivo seria, segundo vários antigos responsáveis, conseguir arranjar financiamentos através de linhas destinadas à cooperação, aos quais a Tecnoforma, por si, não conseguia aceder.  

A notícia é hoje avançada pelo jornal “Público”, que nas últimas semanas tem divulgado várias informações sobre a passagem de Pedro Passos Coelho pela Tecnoforma, empresa de formação profissional.  

O envolvimento do actual primeiro-ministro com o Centro Português para a Cooperação (CPC), a referida ONG, remonta a 1996, era Passos Coelho deputado em exclusividade no Parlamento, e anos antes de ter formalmente ingressado na Tecnoforma como consultor e, mais tarde, administrador (o que terá ocorrido entre 2002 e 2006).  

Segundo adianta o “Público”, embora os estatutos da ONG estabelecessem objectivo de “apoio directo e efectivo a países em vias de desenvolvimento”, o CPC apenas terá desenvolvido três projectos entre 1997 e 2000, em Portugal.  

Prendem-se com a “integração socioeconómica de grupos mais desfavorecidos” e foram financiados em cerca de 137 mil euros pelo Fundo Social Europeu (FSE) e pela Segurança Social portuguesa. O FSE diz que não lhe é possível “obter a localização desses processos”, pelo que não foi possível ao jornal apurar a sua natureza nem grau de execução.  

Diz ainda o Público que a direcção da CPC era financiada pela Tecnoforma, através de uma remuneração regular e a disponibilizaçãod e várias viaturas de alta cilindrada. A sua sede era em Almada, instalações da própria Tecnoforma.  

A passagem de Pedro Passos Coelho por esta ONG não consta da declaração de registo de interesses entregue na Assembleia da República pelo primeiro-ministro. O “Público” também não conseguiu saber junto do primeiro-ministro se a sua função neste período foi remunerada, uma vez que a ONG foi criada em 1996, pouco depois de ter deixado a JSD e já enquanto deputado em regime de exclusividade.  

Os estatutos da ONG foram encomendadas a Fraústo da Silva, antigo dirigente da JSD, e por lá terão passado diversas figuras proeminentes, como Marques Mendes, Ângelo Correia e Vasco Rato, diz o “Público”, que também dá conta do facto de nem Mendes nem Correia se recordarem do seu envolvimento no projecto.   

O agora primeiro-ministro não teceu comentários sobre as afirmações de antigos dirigentes (não identificados) da ONG sobre o facto de o organismo ter sido uma forma de contornar as restrições ao acesso de fundos internacionais. E garantiu ao jornal que “encarou com seriedade” a iniciativa.

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