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Passos Coelho defende que “reformas estruturais são um processo contínuo”

Nas jornadas parlamentares da coligação PSD/CDS, o primeiro-ministro sustentou que Portugal conseguiu realizar uma “transformação estrutural da economia”. E nota que para permanecer com contas equilibradas as reformas estruturais têm de ser “um processo contínuo”.

Miguel Baltazar/Negócios
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Num discurso proferido esta terça-feira, 7 de Julho, em Alcochete, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não escondeu o seu contentamento pelo que classificou de "transformação estrutural da economia" portuguesa conseguida ao longo dos últimos quatro anos de governação.

 

Presente nas jornadas parlamentares da coligação PSD/CDS, Passos Coelho sublinhou que esta alteração de fundo na economia nacional deve ser permanentemente acompanhada de contas equilibradas. E para que isso se verifique, Passos realça que as "reformas estruturais [têm de ser] um processo contínuo".

 

Por isso garante que "a disciplina financeira deve ser assumida por todos" e avisa que "se queremos libertar-nos dessa ditadura financeira, temos de ter as contas em ordem".

 

No entender do primeiro-ministro, a transformação da economia é visível nos "dados fornecidos pelo INE, pelo Banco de Portugal e pelo Eurostat". Ainda assim, Passos Coelho lamenta que ao longo deste processo de transformação "muitas empresas não tenham conseguido vencer as dificuldades", facto que justifica "um nível de desemprego muito elevado".

 

Já com os olhos postos nas eleições legislativas que deverão decorrer no final de Setembro, ou no início de Outubro, o também presidente do PSD garante que "hoje podemos olhar para a situação em que estamos e dizer aos portugueses que cumprimos".

 

A toada de campanha prosseguiu. Apontando baterias ao programa eleitoral do PS, Passos Coelho começou por ironizar acerca da necessidade defendida pelos socialistas de se estimular o consumo interno. "Como se fosse preciso estimular o consumo", ironizou para de seguida alertar que ideias como a de "retirar pensões no futuro para dinamizar a economia de forma a crescer e gerar mais emprego no curto prazo, então depressa regressaremos aos tempos antigos". E frisou que "se se gasta o que não se tem, então há-de pagar-se no futuro com ainda mais dor".

 

Numa altura em que subsistem críticas ao processo de privatização da TAP, o chefe do Executivo português garantiu que as privatizações feitas por este Governo não foram realizadas "apenas porque era importante o respectivo encaixe financeiro". Foram feitas porque "queremos um Estado isento na economia, não queremos ter um Estado gestor. E defende que um "Estado isento e imparcial não pode andar envolvido em negócios".

 

Em relação ao programa de assistência completado por Portugal, Passos Coelho disse que "de todos os países que enfrentaram situações de desequilíbrio", Portugal era o que tinha uma situação mais difícil. "Eleva dívida pública e privada, hábito de exigir tudo ao Estado, uma cultura democrática ainda incipiente", entre outros motivos, explicam, na perspectiva de Passos Coelho, a especial complexidade da situação nacional. Para o primeiro-ministro, além da "transformação estrutural da economia", parece também ter havido uma transformação de mentalidades.

 

"Os portugueses têm razões para ter confiança" nesta coligação

 

Pedro Passos Coelho também classificou como "uma mudança estrutural" o facto de a actual coligação no poder, composta pelo PSD e pelo CDS/PP, ser a primeira, em Portugal, a concluir uma legislatura. "Os dois partidos conseguiram mostrar a maturidade suficiente para ter um denominador comum para que o país ganhasse estabilidade", afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que "os portugueses têm razões para ter confiança" nesta coligação, que vai concorrer às próximas eleições legislativas. 

 

Olhando já para este acto eleitoral, Passos Coelho avançou que a coligação tem um "caderno de encargos para apresentar aos portugueses". Mas tem também, acrescentou, o "resultado dos últimos quatro anos". "Nos próximos anos temos desafios muito grandes à nossa frente. Queremos conquistar a confiança dos portugueses."

 

No final da intervenção, Pedro Passos Coelho referiu-se ainda ao Debate da Nação, que terá lugar esta quarta-feira, 8 de Julho, criticando "a cristalização de opiniões e argumentos a que nos habituamos nestes debates". "Muitas vezes estes debates parecem-nos uma espécie de ‘dejá vu’. Pode ser que amanhã seja diferente e possamos falar da confiança que temos quando olhamos para a Zona Euro e para Portugal. É com essa confiança que vamos construir o futuro todos os dias", concluiu o primeiro-ministro.    

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