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Passos diz que Ventura clarificou posição e salienta tradição "não xenófoba" do PSD

O presidente do PSD, Passos Coelho, defendeu esta terça-feira que o candidato do partido à Câmara Municipal de Loures, André Ventura, "clarificou a sua posição", sublinhando que o PSD não tem, nem terá posições racistas ou xenófobas.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, lamentou a morte do antigo Presidente da República, que classificou como 'um grande democrata' e 'um político polémico'. 'É um dia triste para todos os portugueses', referiu Passos Coelho, à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Para Passos Coelho, 'será impossível' escrever a História de Portugal das últimas dezenas de anos 'sem nelas encontrar referências múltiplas à intervenção política de Soares, em muitas ocasiões decisiva'. 'Como um grande democrata que foi, o doutor Mário Soares foi também um político polémico, que combateu pelas suas ideias, há de ter feito muitos amigos, terá tido também com certeza muitos adversários ao longo de todos estes anos', acrescentou.
Passos Coelho endereçou uma mensagem de 'sentido pesar' à família e uma mensagem 'de condolências' ao PS, partido de que Mário Soares foi fundador.
18 de Julho de 2017 às 21:33
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Em declarações aos jornalistas à entrada para um jantar do grupo parlamentar do PSD, Passos Coelho foi questionado sobre a manutenção do apoio do partido a André Ventura, depois de o CDS ter abandonado a coligação em Loures e expressado incómodo pela forma como André Ventura se referiu à comunidade cigana.

 

"A clarificação que o dr. André Ventura fez de uma entrevista que deu clarifica muito bem a posição, quer dele quer do PSD, quanto à matéria. Eu estou tranquilo quanto aquilo que é a nossa posição, uma posição não racista, não xenófoba: nunca foi, não é e, atrevo-me a dizer, nunca será", afirmou o líder social-democrata.

 

Passos Coelho disse respeitar a posição do CDS-PP, que se escusou a comentar, tais como as críticas feitas pela sua vice-presidente Teresa Leal Coelho. "O PSD é um partido com tradições plurais muito grande, teve sempre um respeito por todas as minorias e isso não está em causa nesta campanha, nem nas autárquicas, nem em Loures em particular", afirmou.

 

"Feita esta clarificação, estamos todos tranquilos quanto à campanha que pode ser feita pelo nosso candidato", acrescentou, apontando "a ausência de qualquer elemento discriminatório" no esclarecimento feito por André Ventura.

 

Hoje à tarde, fonte da direcção do PSD já tinha afirmado que o partido mantinha o apoio a André Ventura em Loures: "O PSD mantém o apoio ao candidato do partido à Câmara Municipal de Loures. Lamentamos que o CDS não mantenha esse apoio, mas respeitamos a posição agora assumida pelo CDS".

 

Um pouco antes, o CDS-PP tinha anunciado que iria seguir "um caminho próprio" nas eleições autárquicas em Loures, abandonando a coligação com o PSD, encabeçada por André Ventura, expressando "profundo incómodo" pela forma como o candidato se referiu à comunidade cigana.

 

Entre outras referências, André Ventura afirmou numa entrevista publicada na segunda-feira pelo jornal i que há pessoas que "vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado" e que acham "que estão acima das regras do Estado de direito", considerando que tal acontece particularmente com a comunidade cigana.

 

Ainda na segunda-feira, a candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures apresentou uma queixa-crime ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados contra André Ventura, pelas "novas declarações racistas e xenófobas para com a comunidade cigana".

 

Na quinta-feira, o candidato já tinha falado sobre uma alegada "excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas", numa entrevista ao portal Notícias ao Minuto, o que motivou uma queixa à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial contra o candidato do PSD/CDS-PP/PPM, por parte do candidato do BE em Loures, Fabian Figueiredo, por "declarações contra as minorias étnicas".

 

Em comunicado na segunda-feira, André Ventura afirmou ter criticado situações de incumprimento da lei, independentemente de questões étnicas. "O que preocupa a candidatura são questões de segurança e cumprimento da lei, na defesa do património público e das pessoas de bem, independentemente da raça ou etnia. [...] Boa parte das pessoas que fica muito incomodada quando são denunciadas estas situações nunca se deslocou a algumas dessas zonas e não tem ideia do 'barril de pólvora' que lá se vive diariamente", defendeu.

 

No mesmo dia, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Martins, instou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, a retirar a confiança política a André Ventura.

 

A Câmara Municipal de Loures é presidida desde 2013 pelo comunista Bernardino Soares, que se recandidata ao cargo, encabeçando uma lista da CDU.

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