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O que farão os candidatos presidenciais se sucederem a Cavaco Silva

Já decidiu em quem vai votar? Saiba o que pensam os cinco principais candidatos sobre alguns dos temas centrais do País. As eleições são já neste domingo.

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O que pensam e o que distingue os principais candidatos à Presidência da República, a quem as sondagens dão mais de 2% dos votos? Sobre o papel do Presidente, todos os candidatos defendem que este se deve posicionar como um árbitros ou um moderador, recusando posturas agressivas face ao Governo ou Parlamento.

Todos dizem concordar com um Serviço Nacional de Saúde (SNS) público e de qualidade e nenhum se atreve a questionar a escola pública. Todos dizem que o tempo da austeridade acabou mas as divergências surgem quando se discutem os tratados europeus e as exigências orçamentais que daí advêem, com os candidatos apoiados pelo Bloco de Esquerda e PCP a questionarem estas regras e a assumirem um discurso mais soberanista.

Tanto Marisa Matias como Edgar Silva defendem uma reestruturação da dívida. Em relação à banca, em particular o Banif, Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém concordam com a solução encontrada pelo Governo, deixando Marisa Matias e Edgar Silva isolados na contestação.


MARCELO REBELO DE SOUSA

Papel do Presidente
O candidato recomendado por PSD e CDS considera que o Presidente "deve evitar instabilidades" e deve "actuar em conjugação de esforços com qualquer Governo". O próximo Presidente terá de ter "uma grande disponibilidade para criar condições de sucesso ao Governo".

Regras europeias
Marcelo aplaudiu a tentativa de Costa cumprir a meta de défice acordada com Bruxelas e os compromissos à esquerda. E considera que "a saída da crise vai permitir não se colocar sequer a questão" de mais "sacrifícios intoleráveis". A prioridade deve ser inverter o ciclo de empobrecimento.

Presença do Estado
As posições sobre a escola e saúde pública têm sido criticadas pelos seus adversários. Marcelo garante que não votou contra o SNS, que diz defender. Quanto à escola pública, não tem feito declarações. Mas a sua mandatária afirma-se uma grande defensora do ensino público.

Banca
Marcelo defendeu a solução que foi adoptada para o Banif, elogiando a "determinação" do Governo de António Costa. Também já havia defendido a solução encontrada para capitalizar o Novo Banco. O candidato espera que não haja "muito mais intervenções" no sector.

ANTÓNIO SAMPAIO DA NÓVOA

Papel do Presidente
O ex-reitor defende que o Presidente deve ser "um moderador imparcial" que deve contribuir para a "existência de condições de governabilidade". Deve ter "lealdade institucional" com os órgãos públicos e obter "informação junto do Governo" sobre matérias importantes.

Regras europeias
Recusa que a "existência de sacrifícios é inevitável" e considera que a economia foi levada "para riscos recessivos e de empobrecimento". O que vai permitir ao país crescer é a "recuperação de rendimento das famílias e das empresas", defende desafiando o entendimento europeu.

Presença do Estado
Tem sido um dos principais temas da campanha. Sampaio da Nóvoa opõe-se a que o ensino privado receba o mesmo financiamento da escola pública e critica a "degradação" do Serviço Nacional de Saúde. Compromete-se com escola, saúde e segurança social públicas.

Banca
O ex-reitor considera que a intervenção no Banif foi a "menos má das soluções". Esse é um problema que surge por inacção do Governo de Passos Coelho. "A tão celebrada saída limpa deixou algumas pontas sujas e o Banif é uma delas", considerou o candidato.


MARIA DE BELÉM

Papel do Presidente
Para a ex-ministra, "o Presidente tem de ter sempre a preocupação de criar pontes entre os vários agentes políticos". Um papel "activo no sentido da estabilidade". Por isso, a relação com o Governo deve assentar numa postura de "cooperação institucional".

Regras europeias
Maria de Belém não consegue dizer se há ou não margem para mais sacrifícios impostos aos portugueses. Isso depende do que "se pode dar para prevenir efeitos adversos". A candidata nega que o incumprimento de metas do défice seja motivo para demitir o Governo.

Presença do Estado
Grande parte do seu percurso político foi ligado à saúde. Defende que as questões orçamentais não podem pôr em causa o tratamento dos doentes. E considera que o ensino superior público deve ser gratuito – uma proposta que quer ver debatida na Europa.

Banca
Maria de Belém tem uma posição idêntica à de Sampaio da Nóvoa, sem contudo apontar o dedo a Passos. "Estou confiante que se tenha feito o possível e se tenha tomado a decisão que melhor salvaguardou os interesses de todos", nomeadamente os depósitos dos clientes do banco.

MARISA MATIAS

Papel do Presidente
Um Presidente com "um grande equilíbrio no exercício dos poderes" e que interprete de forma "quotidiana a opinião pública" é o que defende a candidata Marisa Matias. Deve ser "árbitro da democracia". E deve ser um Presidente "que se bata pelo país, que defenda o país".

Regras europeias
Marisa Matias não quer ouvir falar de austeridade nos próximos tempos e avisa Bruxelas de que não pode ter "dois pesos e duas medidas" sobre o cálculo do défice de 2015, considerando o impacto do Banif. A candidata defende uma reestruturação da dívida pública nacional.

Presença do Estado
A escola pública é garantia de qualidade do ensino e deve ser uma aposta. "A geração mais bem qualificada (...) de sempre do nosso país foi formada pela escola pública", defendeu. Já o Serviço Nacional de Saúde é "a maior conquista da democracia" e deve ser preservado.

Banca
Marisa Matias discorda da forma como foi feita a resolução do Banif. "Nós não podemos de maneira nenhuma continuar neste sistema em que o dinheiro dos contribuintes vai para o capital internacional", criticou, sugerindo que o Governo deveria ter integrado o Banif na CGD.

EDGAR SILVA

Papel do Presidente
Edgar Silva defende que o Presidente deve ter uma relação de "respeito e cooperação institucional" com o Governo, e deve ser um "provedor do povo".  Se for eleito promete: "não me demitirei de dar voz ao clamor dessa multidão que passa fome" e "vive na miséria". 

Regras europeias
"O Presidente jura defender a Constituição, não jura defender o tratado orçamental", resume Edgar Silva, rejeitando que as regras europeias devam ser respeitadas a qualquer custo. A dívida pública deve ser negociada, porque sem isso dificilmente haverá crescimento. 

Presença do Estado
O Estado não pode virar as costas aos territórios, por isso deve acabar o "encerramento e desactivação de serviços". Essas são políticas de "terrorismo social" que devem acabar. Por isso, defende uma aposta também no SNS, que diz que tem estado a ser desprezado.

Banca
Crítico do que chama de "alta finança", Edgar Silva considera que a resolução do Banif significou o continuar da "política do antigamente" de pôr o povo a pagar "as loucuras que os grandes capitalistas andaram a fazer em Portugal". O candidato defende uma banca pública.

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