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Nuno Melo diz que "vontade é ser candidato" à liderança do CDS e deve formalizar na próxima semana

Na sequência do resultado nas legislativas, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu a demissão na noite eleitoral de 30 de janeiro e anunciou depois que não iria recandidatar-se.

Nuno Melo
11 de Fevereiro de 2022 às 23:17
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O eurodeputado Nuno Melo afirmou hoje que a sua vontade é ser candidato à liderança do CDS-PP e que poderá formalizar esse anúncio na próxima semana, dizendo "contar com todos" no partido.

Em declarações aos jornalistas, à entrada para o Conselho Nacional do CDS-PP, que se realiza hoje na sede do partido, em Lisboa, Nuno Melo assegurou que não irá "perder um minuto a falar do passado ou a fazer ajustes de contas", tendo chegado acompanhado de cerca de duas dezenas de pessoas, entre elas a deputada Cecília Meireles, e com alguns aplausos.

"Deverei ser candidato a menos que algo extraordinário suceda, e tomando essa decisão pretendo que essa apresentação possa suceder na próxima semana", afirmou.

Nuno Melo começou por destacar a "tristeza profunda" que é comum a todos os militantes do CDS-PP, que é a perda de representação parlamentar do partido nas últimas legislativas.

"Nós temos uma oportunidade, talvez única, de resgatar o CDS para o lugar que merece na nossa democracia e eu não tenciono perder um segundo a falar do passado, não tenciono gastar um minuto a fazer ajustes de contas", assegurou, defendendo que o partido tem de fazer "uma inversão de ciclo" para regressar à Assembleia da República daqui a quatro anos e meio.

Antes de começar a reunião, assegurou que, se for presidente do CDS-PP, irá contar com todos os que "queiram contribuir para este caminho".

"Com os históricos de sempre, com talentos notáveis do nosso grupo parlamentar como é o caso da Cecília Meireles, com muitos dos jovens talentos que ainda não tiveram oportunidades, com muitas das mulheres notáveis que o CDS tem", afirmou.

Questionado se já poderia confirmar que é candidato à liderança do partido, respondeu: "A minha vontade é ser candidato, falta ter a certeza em relação a alguns aspetos do ponto de vista institucional e administrativo que considero relevantes".

Em 01 de fevereiro, Nuno Melo já tinha afirmado que seria candidato à liderança do CDS-PP se conseguisse garantir "condições institucionais" para "um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador".

"Sinto que tenho muita confiança no que o CDS pode fazer, no que serei capaz de conseguir na unidade que pretendo e na viabilidade deste partido", afirmou, antecipando que iria dizer aos conselheiros nacionais que conta "com todos" e que o partido não se pode consumir em "energias negativas".

Questionado sobre se gostaria de ser candidato único, Nuno Melo contrariou a pergunta, dizendo achar normal que surjam outras candidaturas. "O jogo democrático é feito de diferentes disponibilidades e os militantes decidirão", afirmou.

Nuno Melo chegou à sede do CDS-PP acompanhado, entre outros, pelos líderes distrital e concelhio de Lisboa, João Gonçalves Pereira e Diogo Moura, e dos ainda deputados Cecília Meireles e Miguel Arrobas.

Na sequência do resultado nas legislativas, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu a demissão na noite eleitoral de 30 de janeiro e anunciou depois que não iria recandidatar-se.

O CDS-PP obteve 1,6% dos votos e, pela primeira vez desde o 25 de Abril de 1974, ficou sem representação parlamentar, depois de na última legislatura ter uma bancada de cinco deputados.

O Conselho Nacional de hoje vai analisar os resultados eleitorais e votar a proposta da direção para que o próximo congresso, que elegerá o sucessor de Rodrigues dos Santos, se realize em 02 e 03 de abril, ainda em local a definir.
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