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Novo pacote anti-inflação é insuficiente? "Vamos até onde podemos ir", garante Medina

O ministro das Finanças assegurou, em audição no Parlamento, que o Governo irá "até onde conseguir" para conter o impacto da subida da inflação. Reiterou que o IVA adicional arrecadado pelo Estado é devolvido na totalidade e rejeitou novamente a ideia de "truque" nas pensões.

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O ministro das Finanças, Fernando Medina, assegurou esta quarta-feira que o Governo irá "até onde conseguir" para conter o impacto da subida da inflação. Fernando Medina garante que todo o IVA adicional arrecadado será devolvido e irá usar a "margem de credibilidade conquistada" nos mercados para apoiar as famílias e empresas.

"Podíamos e devíamos ter ido mais longe? Respondo com clareza: vamos até onde podemos ir", referiu o ministro, em audição na comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento. "Estamos a fazer um esforço orçamental grande, protegendo rendimentos e atuando com a margem que conseguimos ter", acrescentou. 

Segundo o ministro das Finanças, "não há nenhum Governo no mundo capaz de anular as subidas de preços" que Portugal regista atualmente e "dizer diferente é desconhecimento ou ilusão". 

Fernando Medina recordou as oito medidas que fazem parte do plano do Governo, intitulado "Famílias Primeiro", com o objetivo apoiar as famílias a lidarem com a inflação. Terá um custo total de 2,4 mil milhões de euros e as medidas incluídas vão desde a atribuição de "cheques" diretos de apoio às famílias a mexidas no IVA, aumentos de pensões, fixação dos aumentos das rendas e congelamento dos preços dos passes nos transportes públicos.

"A margem que temos e que estamos a utilizar é a margem de credibilidade conquistada, também espelhadas nas subidas de rating da DRBS e agora pela Standard and Poor's. Essa é mais uma conquista que deve ser valorizada: Portugal paga hoje juros mais baixos do que vários países vizinhos e isso deve-se ao crescimento e rigor orçamental que fundamentam as subidas de rating", disse.

Garantiu ainda que, "ao contrário do que tem sido dito", será devolvido "todo o IVA adicional" arrecadado pelo Estado com a subida da inflação.

Medina reitera que "não há truque" nas pensões
O ministro voltou a sublinhar que "não há nenhum artifício, nenhum truque nas pensões", na medida em que "não há nenhuma perda de poder de compra". Fernando Medina respondia a questões colocadas por Hugo Carneiro do PSD.

"Com o apoio extraordinário que damos este ano, estou convencido que nenhum pensionista desvalorizará", o Governo assegura que "em relação ao apoio do próximo ano, será o mais elevado em termos nominais, o mais elevado desde que existe fórmula de atualização de pensões há 15 anos atrás", sublinhou, acrescentando que o anúncio feito agora foi por "uma questão de transparência".

"Ilusão seria anunciar o apoio e nada ter dito sobre o aumento. Entre um e outro cumprimos integralmente o valor que cada pensionista receberia pela aplicação estrita da fórmula em vigor", garantiu.
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