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"NÃO FELICITE" Putin: foi esta a recomendação que Trump ignorou. E de nada serviram as maiúsculas
O presidente norte-americano, Donald Trump, felicitou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, por ter vencido as eleições de domingo e garantido um quarto mandato como presidente do país. Mas os conselheiros da Casa Branca não queriam.
Donald Trump deu os parabéns a Vladimir Putin pela sua esmagadora vitória nas eleições presidenciais de domingo, que lhe garantiram mais seis anos à frente dos destinos da Rússia. O presidente dos EUA foi assim contra uma recomendação expressa feita pelos seus conselheiros: "DO NOT CONGRATULATE" – assim mesmo, em maiúsculas. Mas de nada serviu.
Perante acesas críticas feitas hoje, tanto por democratas como por republicanos, o chefe da Casa Branca veio defender-se, dizendo que felicitou Putin porque quer a ajuda do presidente russo na resolução de crises como a da Coreia do Norte e Síria, refere a Reuters.
Um confidente de Trump, que pediu anonimato, disse à agência noticiosa que o presidente dos EUA ficou irritado com esta fuga de informação. Já um responsável da Casa Branca adiantou que John Kelly, chefe do staff de Trump, ficou "frustrado e profundamente decepcionado" com a decisão do presidente.
Na opinião de Donald Trump, Putin pode ajudar a resolver os actuais problemas com a Coreia do Norte, Síria, Ucrânia, ISIS e Irão.
Este será o quarto mandato de Putin, que terá as rédeas do país até 2024 [desde 2012 que os mandatos presidenciais passaram a ser de seis anos, contra quatro anteriormente], altura em que terá 71 anos.
Putin integrou o governo de Boris Ieltsin em 1996 e rapidamente ascendeu, tendo-se tornado presidente interino a 31 de Dezembro de 1999, quando Ieltsin se demitiu. Venceu então as eleições presidenciais de 2000.
Desde então, manteve-se sempre no poder e assume agora o quarto mandato como presidente. Pelo meio, entre 2008 e 2012, foi primeiro-ministro.
A vitória de Putin, contra mais sete candidatos, vai estender o seu tempo total no poder a cerca de um quarto de século. Só o ditador soviético Josef Estaline esteve mais tempo no poder, recordava a Reuters no passado domingo.
Putin prometeu usar este mandato para reforçar as defesas da Rússia contra o Ocidente e para elevar os padrões de vida no país. "O sucesso espera por nós", declarou Putin aos seus apoiantes.
Nestas eleições estavam elegíveis a votar 107,3 milhões de pessoas, com 97.000 locais de voto distribuídos por todo o país.
Os resultados eram já esperados, uma vez que Putin recolhia cerca de 70% das intenções de voto. O favoritismo de Putin tornou-se mais evidente quando o líder da oposição, Alexey Navalny, foi impedido de concorrer a estas eleições.
Tem, contudo, havido informações de que os resultados foram viciados. Há mesmo fotojornalistas que dizem ter fotografado eleitores russos a votarem mais do que uma vez.
(notícia actualizada às 23:16)