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Putin reeleito para quarto mandato como presidente da Rússia
Vladimir Putin venceu, sem surpresas, as eleições presidenciais que decorreram este domingo, 18 de Março. Ficará à frente do Kremlin até 2024.
Segundo uma sondagem à boca das urnas, Vladimir Putin, de 65 anos, venceu as eleições presidenciais com 73,9% dos votos.
A projecção, levada a cabo pela VTsIOM, coloca Pavel Grudinin (Partido Comunista) em segundo lugar, com 11,2%, refere a Reuters.
O ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky, líder do Partido Liberal Democrata, terá recolhido 6,7% dos votos, ao passo que a apresentadora de televisão Ksenia Sobchak terá tido 2,5%, de acordo com as mesmas projecções.
Umas horas depois, com 50% dos votos contados, a tendência mantinha-se, com Putin a arrecadar 75% dos votos.
Este será o quarto mandato de Putin, que terá as rédeas do país até 2024 [desde 2012 que os mandatos presidenciais passaram a ser de seis anos, contra quatro anteriormente], altura em que terá 71 anos.
Integrou o governo de Boris Ieltsin em 1996 e rapidamente ascendeu, tendo-se tornado presidente interino a 31 de Dezembro de 1999, quando Ieltsin se demitiu. Venceu então as eleições presidenciais de 2000.
Desde então, manteve-se sempre no poder e assume agora o quarto mandato como presidente. Pelo meio, entre 2008 e 2012, foi primeiro-ministro.
A vitória de Putin, contra mais sete candidatos, vai estender o seu tempo total no poder a cerca de um quarto de século. Só o ditador soviético Josef Estaline esteve mais tempo no poder, recorda a Reuters.
Putin prometeu usar este mandato para reforçar as defesas da Rússia contra o Ocidente e para elevar os padrões de vida no país.
"O sucesso espera por nós", declarou Putin aos seus apoiantes, quando já estavam contados mais de 40% dos votos. "Juntos, trabalharemos a uma vasta escala, em nome da Rússia", afirmou.
Nestas eleições estavam elegíveis a votar 107,3 milhões de pessoas, com 97.000 locais de voto distribuídos por todo o país.
Os resultados de hoje eram já esperados, uma vez que Putin recolhia cerca de 70% das intenções de voto. O favoritismo de Putin tornou-se mais evidente quando o líder da oposição, Alexey Navalny, foi impedido de concorrer a estas eleições.
No passado dia 28 de Janeiro, a polícia russa deteve Navalny assim que este surgiu numa manifestação para instar os eleitores a boicotarem "as eleições manipuladas de Março próximo". Foi, depois, libertado.
"Navalny tem poucas hipóteses de influenciar as eleições presidenciais, que deverão ser confortavelmente ganhas pelo actual presidente, Vladimir Putin, mas a sua capacidade para usar as redes sociais no sentido de mobilizar multidões de jovens em protestos nas grandes cidades irritou o Kremlin", sublinhava então a Reuters a propósito da sua detenção temporária.
(notícia actualizada às 21:32)