Notícia
Morreu o ex-primeiro-ministro da Irlanda do Norte e vencedor do Nobel da Paz David Trimble
O jurista protestante, que entrou na política no início dos anos 1970 através do partido unionista Vanguarda, próximo de paramilitares, ajudou a formar, um quarto de século depois, o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa com o falecido católico John Hume, co-vencedor do Nobel.
25 de Julho de 2022 às 23:56
David Trimble, ex-primeiro-ministro da Irlanda do Norte e vencedor do Prémio Nobel da Paz por ter trabalhado pela reconciliação entre protestantes e católicos na província britânica, morreu esta segunda-feira aos 77 anos.
"É com grande tristeza que a família de Lord Trimble anuncia que este faleceu hoje após uma curta doença", referiu o Partido Unionista do Ulster, num comunicado em nome da família do ex-governante.
O jurista protestante, que entrou na política no início dos anos 1970 através do partido unionista Vanguarda, próximo de paramilitares, ajudou a formar, um quarto de século depois, o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa com o falecido católico John Hume, co-vencedor do Nobel.
"Profundamente entristecido pela morte de David Trimble, alguém que desempenhou um papel crucial e corajoso para trazer a paz à Irlanda do Norte", destacou o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, através da rede social Twiiter.
Já o primeiro-ministro demissionário do Reino Unido, Boris Johnson, lamentou a morte de um "gigante da política britânica e internacional", que "será lembrado por muito tempo por seu intelecto, bravura pessoal e determinação feroz de mudar a política para melhor".
Também Liz Truss, chefe da diplomacia britânica e candidata a Downing Street, destacou Trimble como a "grande figura", fundamental para fechar o acordo de paz e "criar a Irlanda do Norte de hoje.
Trimble liderou o primeiro governo de partilha de poder que emergiu do acordo, que encerrou três décadas de confrontos sangrentos entre republicanos, principalmente católicos e partidários da reunificação irlandesa, e unionistas, principalmente protestantes e defensores da manutenção da província na coroa britânica.
"David Trimble era um homem de coragem e visão. Escolheu aproveitar a oportunidade para a paz quando esta se apresentou e procurou acabar com as décadas de violência que assolaram a sua amada Irlanda do Norte", sublinhou o líder do Partido Unionista do Ulster, Doug Beattie.
Depois de conviver com os extremistas da Vanguarda, David Trimble juntou-se ao Partido Unionista do Ulster (UPP) em 1978 e assumiu como líder em 1995, cinco anos após seu primeiro mandato como membro do Parlamento britânico em Londres.
No outono de 1997, após o cessar-fogo do Exército Republicano Irlandês (IRA), Trimble foi o primeiro oficial unionista a iniciar um diálogo com os republicanos do Sinn Fein, o ramo político do IRA.
Juntamente com o ex-líder católico John Hume, David Trimble recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1998, em reconhecimento dos "seus esforços para encontrar uma solução pacífica" para os problemas que causaram mais de 3.500 mortos.
Apoiante do Brexit, Trimble criticou o protocolo da Irlanda do Norte no ano passado, contestando que este era ilegal porque, ao deixar a Irlanda do Norte associada à união aduaneira da União Europeia, estavam a ser violado os Atos de União que criaram o Reino Unido em 1800 e a Lei da Irlanda do Norte, que promulgou o Acordo de Paz da Sexta-feira Santa de 1998.
"É com grande tristeza que a família de Lord Trimble anuncia que este faleceu hoje após uma curta doença", referiu o Partido Unionista do Ulster, num comunicado em nome da família do ex-governante.
"Profundamente entristecido pela morte de David Trimble, alguém que desempenhou um papel crucial e corajoso para trazer a paz à Irlanda do Norte", destacou o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, através da rede social Twiiter.
Já o primeiro-ministro demissionário do Reino Unido, Boris Johnson, lamentou a morte de um "gigante da política britânica e internacional", que "será lembrado por muito tempo por seu intelecto, bravura pessoal e determinação feroz de mudar a política para melhor".
Também Liz Truss, chefe da diplomacia britânica e candidata a Downing Street, destacou Trimble como a "grande figura", fundamental para fechar o acordo de paz e "criar a Irlanda do Norte de hoje.
Trimble liderou o primeiro governo de partilha de poder que emergiu do acordo, que encerrou três décadas de confrontos sangrentos entre republicanos, principalmente católicos e partidários da reunificação irlandesa, e unionistas, principalmente protestantes e defensores da manutenção da província na coroa britânica.
"David Trimble era um homem de coragem e visão. Escolheu aproveitar a oportunidade para a paz quando esta se apresentou e procurou acabar com as décadas de violência que assolaram a sua amada Irlanda do Norte", sublinhou o líder do Partido Unionista do Ulster, Doug Beattie.
Depois de conviver com os extremistas da Vanguarda, David Trimble juntou-se ao Partido Unionista do Ulster (UPP) em 1978 e assumiu como líder em 1995, cinco anos após seu primeiro mandato como membro do Parlamento britânico em Londres.
No outono de 1997, após o cessar-fogo do Exército Republicano Irlandês (IRA), Trimble foi o primeiro oficial unionista a iniciar um diálogo com os republicanos do Sinn Fein, o ramo político do IRA.
Juntamente com o ex-líder católico John Hume, David Trimble recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1998, em reconhecimento dos "seus esforços para encontrar uma solução pacífica" para os problemas que causaram mais de 3.500 mortos.
Apoiante do Brexit, Trimble criticou o protocolo da Irlanda do Norte no ano passado, contestando que este era ilegal porque, ao deixar a Irlanda do Norte associada à união aduaneira da União Europeia, estavam a ser violado os Atos de União que criaram o Reino Unido em 1800 e a Lei da Irlanda do Norte, que promulgou o Acordo de Paz da Sexta-feira Santa de 1998.