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Montenegro afirma que indicadores da economia contrariaram previsões do PS
Na abertura do Conselho Nacional do PSD, o líder do partido e primeiro-ministro atacou o PS e fez uma alusão crítica a "outras instâncias financeiras", como o Banco de Portugal, que transmitiram perspetivas pessimistas sobre o impacto negativo de medidas tomadas pelo Governo.
O presidente do PSD afirmou que os resultados económicos em 2024 superaram as expectativas e contrariaram a tese socialista de que o atual executivo teria um programa irrealizável e estragaria as contas públicas nacionais.
Luís Montenegro falava na abertura do Conselho Nacional do PSD, num discurso em que, além de atacar o PS, também fez uma alusão crítica a "outras instâncias financeiras" -- presume-se, o Banco de Portugal - que transmitiram perspetivas pessimistas sobre o impacto alegadamente negativo de medidas tomadas pelo Governo ao longo dos últimos 11 meses.
Na parte inicial da sua intervenção, que foi sobretudo dedicada à análise dos mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução da economia portuguesa no último ano, o primeiro-ministro também sugeriu que, se o Governo tivesse antecipado um crescimento tão elevado no quarto trimestre de 2024, na ordem dos 2,9% em termos homólogos, poderia ter "devolvido" mais rendimentos à generalidade dos cidadãos.
Perante os conselheiros nacionais do PSD, Montenegro começou por saudar a vitória do PSD nas recentes eleições regionais na Madeira, "acabando com um ciclo de instabilidade política que foi materializado pela conjugação de esforços dos partidos de oposição, em particular do PS e do Chega -- partido que quiseram, na secretaria, evitar a normal execução do programa que foi sufragado nas urnas por parte dos madeirenses".
A seguir, referiu-se aos mais recentes indicadores do INE sobre os resultados da economia portuguesa em 2024.
"Não obstante termos diminuído os impostos, em particular o IRS, termos atribuído um suplemento extraordinário aos pensionistas na ordem dos 400 milhões de euros, termos começado a atualizar as carreiras de vários setores da administração pública, conseguimos superar todas estas estimativas e fechar o ano de 2024 com um excedente de 0,7%. Conseguimos descer os impostos, ter um aumento dos rendimentos e ter um resultado financeiro muito melhor do que aquilo que estava previsto no Orçamento do Estado para 2024 e do que aquilo que era previsto pelo principal partido de oposição", sustentou.
Neste contexto, Luís Montenegro observou que o PS dizia que o Governo iria "estragar tudo aquilo que estava feito nas contas públicas em Portugal".
"E já nem falo em outras instâncias financeiras do país que tinham também uma visão pessimista sobre o impacto que as nossas decisões podiam ter na realidade económica e financeira do país", completou -- aqui, numa alusão que foi entendida como dirigida ao Banco de Portugal.
Ao contrário do que fora previsto por essas instâncias e pelo PS, segundo o presidente do PSD, "a economia cresceu mais do que era suposto, o resultado financeiro foi melhor do que era suposto, os impostos baixaram, a carga fiscal dos impostos diminuiu, o investimento público subiu e a dívida pública diminuiu mais do que era esperado".
"Quem não se lembra da acusação que nos faziam: mas estão a prometer o que não conseguem cumprir? Onde é que vão buscar o dinheiro para baixar tantos impostos e para executar tanto investimento? Vão dar cabo das contas públicas equilibradas? Mas tudo isto foi possível com rigor, com competência, com capacidade de execução, com sentido de equilíbrio e com sentido de justiça social", defendeu.
Neste contexto, o primeiro-ministro deixou a mensagem de que o Governo até poderia ter ido mais longe na sua estratégia de devolução dos rendimentos se antecipasse que a evolução da economia seria tão positiva.
"O quarto trimestre de 2024 foi bem melhor do que aquilo que era estimado. Se nós pudéssemos ter antecipado o quarto trimestre, nós ainda tínhamos devolvido mais, porque esse é o nosso princípio. O nosso princípio é o equilíbrio", frisou.
Em contraponto, o primeiro-ministro e presidente do PSD acusou os anteriores governos do PS de terem "castigado as pessoas" para cumprirem os compromissos financeiros externos de Portugal.
"Não queremos contas públicas desequilibradas, mas nós queremos que o bom desempenho da economia se reflita no bem-estar das pessoas", acrescentou.