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Moedas faz balanço de "um ano de decisões" na Câmara de Lisboa e compromete-se no combate à inflação

"Lisboa terá que estar na linha da frente no combate à inflação [...]. Lisboa não pode deixar ninguém para trás", afirmou Carlos Moedas.

Mário Cruz
20 de Setembro de 2022 às 22:50
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O presidente da Câmara de Lisboa fez esta terça-feira um balanço de "um ano de decisões" desde a vitória nas eleições autárquicas, destacando a gratuitidade dos transportes públicos, e assumiu o compromisso de o município apoiar no combate à inflação.

"Lisboa terá que estar na linha da frente no combate à inflação [...]. Lisboa não pode deixar ninguém para trás", afirmou Carlos Moedas (PSD), referindo que o executivo municipal tem já agendada uma reunião extraordinário para discutir as propostas para apoiar as famílias e as empresas da cidade.

Na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, para apresentar a intervenção do executivo municipal entre junho e agosto, o autarca aproveitou para fazer um balanço do primeiro ano desde a vitória da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) nas eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021: "Prometemos, decidimos e cumprimos".

Entre as decisões tomadas, o presidente da câmara destacou a gratuitidades dos transportes públicos para jovens e idosos residentes na cidade como a "mais histórica", com a adesão de um total de 40 mil cidadãos, reiterando a disponibilidade para resolver a situação dos estudantes deslocados que estão excluídos da medida por não terem domicílio fiscal em Lisboa.

Carlos Moedas realçou ainda a preparação e organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023), os investimentos na higiene urbana, o Plano Geral de Drenagem, a construção e reabilitação de bairros municipais, a entrega de chaves de casas em regime de renda acessível e a contratualização de empreitadas para remover o amianto das escolas.

Da bancado do PS, o deputado municipal Luís Coelho considerou que "muito do que aqui consta [da informação escrita do presidente da câmara] resulta também de projetos que o atual executivo herdou do anterior executivo liderado pelo PS".

"Pouco se percebe sobre quando o atual executivo irá começar a imprimir uma verdadeira marca de desenvolvimento de políticas em prol da cidade. Pouco se percebe de qual é a verdadeira visão do executivo para a cidade", declarou o socialista, criticando Carlos Moedas por "um desnorte" ao tomar decisões, inclusive sobre a JMJLisboa2023.

Luís Coelho afirmou que o PS é uma oposição responsável e construtiva, que "está e estará sempre disponível para o diálogo", apesar da "constante, desnecessária e já incrível vitimização que o senhor presidente da câmara gosta de fazer".

Desvalorizando a narrativa política do PS, Carlos Moedas reforçou o empenho e dedicação do executivo municipal em relação à preparação e organização da JMJLisboa2023,afirmando que "desnorte foi chegar à câmara municipal e não haver qualquer decisão" sobre o evento.

"Há uma parte muito positiva que é a disponibilidade do PS, a disponibilidade de conseguirmos em conjunto tomar estas decisões [...]. Em nome de Lisboa, agradeço-vos a vossa disponibilidade, porque acho que é essencial", disse o social-democrata.

Neste âmbito, o presidente da câmara referiu que espera o apoio do PS, assim como dos restantes partidos que integram o executivo, para aprovar as medidas de combate à inflação destinadas a apoiar as famílias e as empresas da cidade, que serão discutidas na quinta-feira, em reunião extraordinária.

A discussão das possíveis medidas para responder ao impacto da inflação começou na sexta-feira, de forma informal, numa tentativa de consensualizar as propostas de todas as forças políticas do executivo municipal para apresentar um pacote "robusto" de apoios, inclusive dirigidos às famílias.

Há duas semanas, o presidente da Câmara de Lisboa anunciou a intenção de, durante o próximo ano, não aumentar os preços da habitação municipal, incluindo o arrendamento apoiado e a renda acessível, medida que pretende responder à inflação e que beneficiará "cerca de 21 mil famílias", bem como não aumentar as tarifas e rendas dos mercados municipais e feiras.

O BE propôs um programa de apoio municipal às famílias, movimento associativo e empresas, com um conjunto de 16 medidas de emergência ao nível da habitação, atividade económica, cultura e transportes, a vereadora independente Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre) sugeriu seis medidas de combate à inflação, os vereadores do PCP e do Livre manifestaram disponibilidade para trabalhar em conjunto na preparação das medidas, enquanto o PS disse que "não apresenta qualquer proposta sem conhecer o envelope financeiro que Carlos Moedas está disposto a locar ao programa de apoio".
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