97,94% dos mil delegados do congresso da CDU (democratas cristãos germânicos) votou  em Angela Merkel para que esta continue na liderança do partido. Pela sétima vez. As vitórias internas de Merkel têm sido esmagadoras. Por exemplo, no ano 2000 venceu as eleições partidárias com 95,9% dos votos e há dois anos foi eleita com mais de 90% dos votos dos delegados. Mas esta terça-feira, superou essa fasquia e conseguiu quase 98% dos votos.

Contudo, a reeleição da também chanceler alemã não foi uma surpresa. A imprensa internacional aponta esta vitória como um sinal forte de que o partido está unido em torno da líder para as eleições do próximo ano. Em 2013, a Alemanha terá eleições legislativas. E Angela Merkel que está à frente dos destinos da Alemanha há dois mandatos, se for candidata e vencer as eleições do próximo ano, enfrentará um terceiro mandato como chanceler.

“Aqueles que me conhecem sabem que estou tocada por isto” disse Angela Merkel após ter conhecido o resultado da votação, citada pela Reuters. A chanceler agradeceu ainda a confiança que o partido depositou nela.

No discurso que proferiu esta manhã em Hanôver – cidade em que se realiza o encontro de dois dias – Merkel destacou que o desemprego na Alemanha tem descido e que a economia continua a crescer enquanto a maioria dos parceiros europeus está em recessão e que o défice germânico está em queda. “Temos orientado a Alemanha para sair mais forte da crise” sublinhou a governante, citada pela Associated Press (AP).

Contudo, a imprensa internacional aponta que Merkel lançou hoje a sua corrida para um terceiro mandato quando referiu que apenas ela poderia conduzir os destinos da Alemanha por entre estes “tempos turbulentos”.

“Estes são tempos turbulentos e, às vezes, encontramo-nos em mares agitados e tempestuosos” afirmou, citada pela AFP, tendo acrescentado que é a “CDU alemã que tem liderado com segurança e tem conduzido o nosso país por este mar e com uma orientação clara”.

Ainda durante o seu discurso, Merkel apontou que o actual governo é “o mais bem sucedido” desde a reunificação. Ainda assim, a re-eleição de Merkel não está garantida. A baralhar as contas para a re-eleição pode estar a crise da Zona Euro.

“Quanto pior a crise for, e os efeitos que isso pode ter no orçamento alemão e na política financeira, e se tornar-se claro para os eleitores de que há menos dinheiro para as questões nacionais, isso pode prejudicar” Angela Merkel, referiu Gero Neugebauer, polítologo da Universidade Livre de Berlim, citado pela AP.