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Medo de "mais instabilidade" ligada ao BE e PCP gerou derrota eleitoral, diz Boaventura de Sousa Santos
Sociólogo Boaventura de Sousa Santos defende, num artigo de opinião publicado no jornal "Público", que BE e PCP contribuíram para "um OE menos bom" do que aquele que haveria sem eleições e para um "PS solto para ser menos de esquerda" com um Governo maioritário.
01 de Fevereiro de 2022 às 12:59
O sociólogo Boaventura de Sousa Santos considera que a derrota da esquerda pode ser explicada pelos receios dos eleitores de que o reforço eleitoral do BE e PCP significasse "mais instabilidade". No caso do BE, o sociólogo defende que a liderança de Catarina Martins deixou de ter "credibilidade".
"Os resultados eleitorais mostram que a esquerda à esquerda do PS perdeu a oportunidade histórica que granjeou depois de 2015", começa por escrever Boaventura de Sousa Santos, num artigo de opinião publicado no jornal "Público".
O sociólogo, que afirma que sempre votou Bloco de Esquerda, defende que "a queda do PCP é estrutural" e que, no caso do BE, a perda de 14 deputados na Assembleia da República deve-se à dificuldade em entender os sinais do eleitorado, e ter passado a campanha a justificar a decisão da rejeição do Orçamento e pedir desculpa por tê-lo feito.
"Que credibilidade pode ter tal dirigente?", questiona. "É evidente que o BE só podia estar do lado da estabilidade para a poder fortalecer e qualificar. O BE não entendeu os sinais do seu eleitorado (...) e se algum impacto teve foi o de os fazer suspeitar que o seu reforço eleitoral significaria mais instabilidade", refere.
Boaventura de Sousa Santos considera que, com o chumbo do OE, o BE contribuiu para "um OE menos bom" do que aquele que haveria sem eleições e deixou "o PS solto para ser menos de esquerda" com um Governo maioritário. "O partido que consegue dar simultaneamente dois tiros nos dois pés só por milagre não cairia", conclui.
"Os resultados eleitorais mostram que a esquerda à esquerda do PS perdeu a oportunidade histórica que granjeou depois de 2015", começa por escrever Boaventura de Sousa Santos, num artigo de opinião publicado no jornal "Público".
"Que credibilidade pode ter tal dirigente?", questiona. "É evidente que o BE só podia estar do lado da estabilidade para a poder fortalecer e qualificar. O BE não entendeu os sinais do seu eleitorado (...) e se algum impacto teve foi o de os fazer suspeitar que o seu reforço eleitoral significaria mais instabilidade", refere.
Boaventura de Sousa Santos considera que, com o chumbo do OE, o BE contribuiu para "um OE menos bom" do que aquele que haveria sem eleições e deixou "o PS solto para ser menos de esquerda" com um Governo maioritário. "O partido que consegue dar simultaneamente dois tiros nos dois pés só por milagre não cairia", conclui.