Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Medina reitera que soube do caso de envio de dados para a Rússia pela comunicação social

O presidente da Câmara de Lisboa reiterou ésta quinta-feira que soube do caso da divulgação de dados de ativistas à embaixada russa através da comunicação social, salientando que o 'email' enviado pela sua assessora em 2019 não suscitou nenhum alerta.

Mário Cruz / Lusa
24 de Junho de 2021 às 20:30
  • ...


Em 2019, numa resposta a uma queixa do Comité de Solidariedade da Palestina, a assessora de imprensa do município referia que a Câmara reencaminhava as comunicações de manifestação às forças de segurança, ao Ministério da Administração Interna e também às embaixadas "sempre que um país é visado pelo tema".

Questionado hoje numa reunião das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e Negócios Estrangeiros, Fernando Medina (PS) justificou que esta resposta "não é de concordância de que há envio de dados pessoais", mas sim de "concordância de que houve comunicação à embaixada de que há manifestação".

Ainda assim, o presidente da Câmara de Lisboa, reconheceu que essa comunicação à embaixada do país visado violou o despacho emitido em 2013 por António Costa, presidente da autarquia à data e atual primeiro-ministro, que estabelecia que só deviam ser enviados dados à Polícia de Segurança Pública e ao Ministério da Administração Interna.

Mas, reforçou que "não houve [nessa resposta], não se tratou da confirmação ou do reconhecimento de uma violação de dados pessoais".

"E o senhor deputado pergunta: 'mas isto suscitou-me algum alerta?' Não. Não me suscitou a mim, não suscitou a nenhum vereador da Câmara, que não me dirigiu nenhuma pergunta", afirmou.

O presidente da autarquia acrescentou que não recebeu perguntas da oposição no seu executivo, da Assembleia Municipal, nem dos deputados da Assembleia da República, lembrando que o caso foi tornado público na altura.

Porque, reforçou, "foi entendido como uma comunicação de que se vai realizar x manifestação".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa está a ser ouvido no parlamento a requerimento de PSD e CDS-PP, sobre o caso da partilha de dados pessoais de ativistas russos com a embaixada da Rússia em Portugal.

Os requerimentos para ouvir o presidente da autarquia lisboeta no parlamento surgiram dias depois de ter sido tornado público que o município fez chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três ativistas russos que organizaram em janeiro um protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor do Governo russo.



Ver comentários
Saber mais Fernando Medina Rússia política dados ativistas Câmara Municipal de Lisboa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio