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Mário Centeno. O homem forte de Costa chega às Finanças

O economista terá pela frente a difícil tarefa de garantir a disciplina orçamental e promover condições para uma recuperação económica equilibrada

Ministro das Finanças - Mário Centeno
Bruno Simão
25 de Novembro de 2015 às 13:19
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Mário Centeno, 48 anos, economista no Banco de Portugal e professor no ISEG, foi o homem forte de António Costa para a economia e ocupará a pasta das Finanças. Doutorado em Harvard onde estudou no início dos anos 90 e especialista em temas laborais com publicações e contribuições de relevância internacional, ganhou um conhecimento profundo da economia portuguesa no banco central. Entre 2004 e 2013 foi director-adjunto Departamento de Estudos Económicos, o poderoso "think tank" que analisa e faz previsões sobre a actividade económica no país.

 

Sem experiência política não é um estranho à política. Foi um dos economistas que colaborou entre 2006 e 2007 no Livro Branco sobre relações laborais convidado por Vieira da Silva, então ministro – e que terá agora feito a ponte com António Costa. Entre algumas das pessoas do PS que conhece há mais anos está Ferro Rodrigues, que conhece dos tempos do ISEG no final dos anos 80. Mas não só: o ISEG, onde dá aulas, é uma escola com tradição a fornecer quadros e assessores ao partido socialista.

 

Desde 2014 é assessor especial do Conselho de Administração do banco, um cargo que ocupou após lhe ser vedado o acesso a director de  Departamento de Estudos Económicos, num processo polémico em que a administração liderada pelo governador Carlos Costa recusou escolher qualquer um dos candidatos que se apresentaram a concurso – e entre os quais se destacava Centeno – para depois nomear, já sem concurso, outra economista do Banco de Portugal.

 

Enquanto Centeno esteve no  Departamento de Estudos Económicos vários contributos de investigação e análise do banco central desafiaram a qualidade das políticas defendidas pelo governo de Passos Coelho e pela troika – com especial enfoque nas alterações no mercado de trabalho. Após a sua saída do departamento, as análises do banco central têm sublinhado a natureza positiva e estrutural das mudanças ocorridas na economia nacional.

 

Agora, na pasta Finanças, o economista terá pela frente a difícil tarefa de garantir a disciplina orçamental e promover condições para uma recuperação económica equilibrada, provando que existe um caminho alternativo para a política macroeconómica em Portugal, que alie reformas institucionais a uma descida da carga fiscal, como forma de criar empregos – a única forma de garantir a sustentabilidade do Estado Social e o sucesso económico, defendeu recentemente em entrevista ao Negócios. O seu conhecimento do funcionamento do sistema europeu de bancos centrais e da Comissão Europeia, ganho enquanto membro de grupos de trabalho técnico, terá agora de ser aproveitado e aprimorado para os embates políticos que se adivinham.

 

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