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Mariano Rajoy enfrenta escândalo de conspiração
Um conjunto de gravações reveladas pelo periódico espanhol Público estão a marcar a fase final da campanha para as eleições espanholas e a causar grandes embaraços ao PP, de Mariano Rajoy.
A quatro dias das eleições espanholas, o PP de Mariano Rajoy vê-se a braços com um escândalo que envolve o seu ministro do interior e a utilização de meios públicos para conspirar contra a oposição catalã.
Segundo um conjunto de gravações libertadas pelo jornal Público, o ministro espanhol do Interior, Jorge Fernández-Díaz, pediu em 2014 ao director da Oficina Antifraude da Catalunha, Daniel de Alfonso, que arranjasse elementos comprometedores contra os dirigentes de partidos independentistas na Catalunha, o Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) e o Convergéncia (CDC).
Os encontros gravados deram-se a 2 e 16 de Outubro de 2014, e o objectivo seria lançar uma campanha de descredibilização pública e até acusar de prevaricação os dirigentes independentistas, na recta final para o referendo sobre a independência catalã.
Com a oposição em peso a pedir a cabeça do ministro do Interior, Mariano Rajoy garante que desconhecia estas investidas e atribui tudo à vontade de "querer criar um problema onde ele não existe". Contudo, segundo outras escutas libertadas pelo jornal online Público, Fernández-Díaz diz a Daniel de Alfonso que "o presidente do Governo sabe", o que sugere que Mariano Rajoy estaria a par das investigações diligentes levadas a cabo pelo director da Oficina Anti-fraude.
Rajoy também rejeita, pelo menos para já, qualquer demissão do seu ministro do Interior. Para si, as conversas entre Jorge Fernández-Díaz e Daniel de Alfonso são as normais para duas pessoas que falam de temas da sua competência, segundo o El País.
Jorge Fernández-Díaz, por seu turno, diz que as gravações estão descontextualizadas e diz-se "vítima deste atropelo".
Pedro Sánchez (PSOE), Pablo Iglesias (Podemos) e Albert Rivera (Ciudadanos) estão a cavalgar o escândalo
Para Iglesias, esta é "uma das coisas mais graves que ocorreram neste país". Para o líder dos Ciudadanos, "em democracia, a polícia está ao serviço da democracia, e não dos partidos políticos". Sanchez, por seu turno, diz ter vergonha de "ter um ministro que usa o aparelho de Estado contra adversários políticos".