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2018 será o ano dos congressos e 2019 o da avaliação deste ciclo - Presidente da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que 2018 será "o ano dos congressos partidários" e 2019 "o ano da avaliação deste ciclo, que corresponde a um mandato parlamentar".

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
20 de Março de 2017 às 21:50
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Segundo o chefe de Estado, "o tempo posterior às eleições autárquicas" deste ano será "um tempo marcado por congressos dos partidos, num ano em que não haverá eleições, seguido de um ano profundamente eleitoral que é 2019, ano de eleições europeias e eleições legislativas".

O chefe de Estado falava no final de uma visita a uma exposição sobre a presença judaica em Portugal, na Torre do Tombo, em Lisboa, em declarações aos jornalistas, que o questionaram sobre a sua tese de que há um ciclo político que termina com as eleições autárquicas.

Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que "o Presidente não marca eleições autárquicas, nem interfere nas eleições autárquicas", aliás, "tem mesmo muito cuidado em não interferir", escusando-se por isso a comentar o que se passa nessas eleições.

Em seguida, defendeu que "cada ano corresponde a um tempo político" e descreveu sumariamente o anterior, o atual e os dois próximos anos, em termos de evolução económica e financeira e em termos políticos.

No seu entender, "2016 foi o tempo político da consolidação das finanças do país e da consolidação do sistema bancário, do começo da consolidação".

"Este ano é o ano do arranque para o crescimento, desejamos todos, e o ano da realização de eleições autárquicas e do fim da consolidação do sistema bancário", prosseguiu.

"O ano que vem será o ano dos congressos partidários, espero que o ano da afirmação do crescimento económico. E o ano seguinte será o ano da avaliação deste ciclo, que corresponde a um mandato parlamentar e, ao mesmo tempo, ao fim de um mandato europeu", completou.

Interrogado sobre o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, que tem desde hoje data oficial para a notificação por parte do Governo britânico, 29 de Março, Marcelo Rebelo de Sousa antecipou "uma negociação forte, complexa, mas de boa fé".

"As duas partes estão preparadas, de boa fé, e com a ideia de conseguir o melhor resultado para as duas", considerou o Presidente da República aos jornalistas, acrescentando que, se não for assim, "perdem as duas".

O Presidente da República defendeu que, como "em qualquer negociação, o começo e o fim são essenciais", e referiu que "há uma dimensão financeira inicial", que é "o acerto de contas inicial entre a União Europeia e o Reino Unido", e que depois será acordado "qual é o tipo de relação financeira que se vai estabelecer".

Outras questões em negociação serão "o estatuto dos europeus no Reino Unido e o estatuto dos britânicos na Europa" e "a questão do mercado único", apontou.
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