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Mais de metade dos políticos teve mais de três mandatos – Público

A falta de renovação da classe política durante o período democrático é comprovada numa tese de doutoramento. Os partidos “são demasiado fechados sobre si”, diz o autor.

Miguel Baltazar
20 de Maio de 2016 às 09:41
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Mais de metade dos políticos (52%) exerceu mais de três mandatos, no mesmo cargo ou não. Houve pouca renovação durante o período democrático (desde 1974), conclui uma tese de doutoramento citada esta sexta-feira, 20 de Maio, pelo jornal Público.

O estudo, que analisou o percurso de deputados à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, membros de governo e presidentes de câmaras municipais, conclui que houve uma estagnação na classe política.

O autor Jorge Fraqueiro, ex-jornalista e actual assessor político, conclui que metade dos políticos que ocuparam mandatos entre 1974 e 2012 "foram-se perpetuando nos lugares, numa estagnação que representa, em média, cerca de 44% e que vem confirmar a voz popular" que indica que "os políticos portugueses são quase sempre os mesmos".

cotacao Isto mostra que os partidos não conseguiram, ao longo destes anos, perceber que a vida política não se esgota neles próprios.
Jorge Fraqueiro 
Autor da tese de doutoramento


Mais de metade dos cerca de 7800 actores políticos (52%) exerceram mais de três mandatos, 16% assumiram três mandatos, 14% participaram em dois e 1344 (17%) exerceram funções durante um mandato.

Por "estagnação" considera-se a permanência de um político por mais de  dois mandatos no Parlamento Europeu ou de três nos outros cargos. É nas câmaras municipais (estagnação de 64%) e no Parlamento (53%) que os actores se repetem mais, sendo menor a percentagem no Parlamento Europeu (30%).

"Pouco mais de 20% dos repetentes foram responsáveis pelo ocupação de aproximadamente 52% dos lugares", conclui o estudo.

O autor conclui que os partidos continuam "demasiado fechados sobre si mesmos, a funcionarem apenas para um círculo que lhes é próximo". Se o estudo tivesse em conta os familiares, os níveis de estagnação seriam mais altos. E se tivesse em conta a transição de políticos para cargos públicos "os níveis de estagnação atingiriam valores contrários à vida democrática da actividade política".

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