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Maioria dos autarcas arguidos nos últimos dois anos é do PS

Metade dos casos de corrupção têm origem em câmaras municipais e juntas de freguesias. Onze dos 15 autarcas investigados pela justiça nos últimos dois anos eram socialistas.

Joaquim Couto renunciou à presidência da Câmara Municipal de Santo Tirso
08 de Junho de 2019 às 13:39
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A Operação Teia, que envolve os autarcas de Santo Tirso e Barcelos, veio abrir uma Caixa de Pandora que vai de encontro com uma tendência dos últimos anos: a suspeita de corrupção em autarquias socialistas.

De acordo com o Diário de Notícias, 604 casos foram analisados no último ano pelo Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) e, destes, quase metade diziam respeito a câmaras municipais e juntas de freguesia. Já o Expresso revela que, nos últimos dois anos, 15 autarcas foram investigados pela justiça e que 11 destes eram socialistas.

Aconteceu o mesmo com Joaquim Couto, agora ex-presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, e Miguel Costa Gomes, autarca em Barcelos. Se o primeiro renunciou ao cargo apesar de ter permanecido em liberdade, o segundo manteve plenas funções, embora esteja a aguardar julgamento em prisão domiciliária.

Mas existem mais casos para além da Operação Teia. Esta semana, o presidente da câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa, foi, segundo o Público, indiciado por ter alegadamente encomendado obras à empresa de um amigo por ajuste direto em 2009. Também Luís Correia, autarca de Castelo Branco, e Valdemar Alves, em Pedrógão Grande, estão incluídos em investigações – o último até é arguido em dois processos, o que investiga o incêndio que matou 66 pessoas em 2017 e o que tenta apurar alegadas fraudes na reconstrução de casas com donativos.

O elevado número de casos ajuda a explicar a maior percentagem de sempre relacionada com casos em que autarquias são investigadas por crimes como a corrupção, peculato, abuso de poder ou participação económica em negócio. E nos últimos anos a percentagem tem vindo sempre a subir: de 32,9% em 2015 para 35% em 2016, subindo para 44,6% em 2017, chegando agora aos 48% em 2018.

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