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Líderes parlamentares viabilizam comissão de inquérito ao BES

A criação da comissão de inquérito foi proposta pelo PCP, que pretende avaliar o modelo escolhido pelo Governo para resgatar o BES e o impacto que este pode ter nos contribuintes. Líderes voltam a reunir-se no dia 19 para formalizar a comissão.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Setembro de 2014 às 13:08
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A comissão parlamentar de inquérito ao Banco Espírito Santo (BES) vai avançar. Os líderes parlamentares dos partidos com assento no Parlamento deram esta quarta-feira, 3 de Setembro, luz verde à comissão que pretende apurar os factos sobre a derrocada de um dos maiores bancos portugueses.

 

"Já se sabia antecipadamente que, quer o PSD quer o CDS, iriam viabilizar este inquérito parlamentar, por entendermos que se trata de uma matéria que é, de facto, grave", disse o líder da bancada do PSD Luís Montenegro, após o encontro.

 

O maior partido da oposição também está de acordo com a realização desta comissão. "O PS está de acordo com a constituição desta comissão de inquérito. Achamos que é muito importante para apurar as responsabilidades de todos os intervenientes neste processo, como o Governo, a troika, a supervisão e a regulação", afirmou Alberto Martins do PS.

 

Os líderes parlamentares voltam agora a reunir-se no dia 19 de Setembro para acertar os moldes em que a comissão se vai desenrolar e para formalizar a sua constituição.

  

A criação desta comissão de inquérito foi proposta pelo PCP. Os comunistas pretendem avaliar o modelo escolhido pelo Governo para resgatar o BES, através do Fundo de Resolução, e se os contribuintes vão ser chamados a pagar o BES.

 

"Quando se tornou inevitável intervir para evitar o colapso da instituição financeira, adoptou-se uma solução que em nada garante que os portugueses não serão uma vez mais chamados a suportar a factura das práticas especulativas em substituição dos accionistas privados que durante anos acumularam avultados lucros e dividendos", afirmou o deputado do PCP João Oliveira.

 

Também o Bloco de Esquerda anunciou que "acompanha o propósito" desta comissão. "Achamos que é essencial apurar tudo o que aconteceu relativamente ao BES, aos buracos financeiros, ao relacionamento entre o BES e o Grupo Espírito Santo e à forma como o banco funcionou de pilar nestes interesses que a família Espírito Santo tinha muito à sua medida e não à medida dos interesses nem dos depositantes, nem dos accionistas do BES", afirmou Luís Filipe Soares do Bloco de Esquerda.

 

Os bloquistas também defende a necessidade de que "tudo fique esclarecido" na comissão de inquérito, e que não se repita o que aconteceu na comissão dos swaps, que "a maioria branqueou", ou como no caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, "onde novamente a maioria impôs a sua força", acusou Luís Filipe Soares.

 

Por seu turno, o PSD considera que é um "perfeito disparate" e "politiquice" os partidos da oposição imputarem ao "PSD e ao CDS uma força de bloqueio" na comissão de inquérito ao BES.

 

"Estamos convencidos que a solução adoptada foi a melhor, basta comparar com o processo anterior do BPN para atestar a nossa convicção", declarou Luís Montenegro.

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