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Líder parlamentar do PSD: “Temos de deixar o mercado funcionar para criarmos riqueza”

Joaquim Miranda Sarmento acredita que Portugal não está condenado à pobreza e defende a redução do IRC, considerando ainda que quando acabarem os fundos do PRR o país “arrisca-se mesmo a não crescer nada”.

Joaquim Miranda Sarmento, líder parlamentar do PSD. Pedro Catarino
13 de Dezembro de 2023 às 12:12
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O líder parlamentar do PSD considera que o mercado e a economia não conseguem reduzir a pobreza em Portugal, mas que esses deviam ser os principais objetivos das empresas: "Não há fórmulas mágicas, mas a única maneira que temos de melhorar é com crescimento económico", defende Joaquim Miranda Sarmento, reiterando que é preciso aumentar a produtividade.

 

Na conferência "Portugal: Um país condenado a ser pobre?", que decorre esta quarta-feira, 13 de dezembro, em Vila Nova de Gaia, Miranda Sarmento afirmou que a economia portuguesa é pouco competitiva e que, apesar de ser "avançada", "somos pobres no contexto europeu".

 

"Trabalhar em Portugal não é condição suficiente para escapar à pobreza e devia ser", frisou.

Apesar de Portugal ser pobre, "é desigual nessa pobreza", sublinhou, dando como razões para esta desigualdade as quatro recessões que atravessaram o país e o facto de a economia portuguesa "não crescer há mais de 20 anos".

 

E alertou que, quando os fundos europeus, nomeadamente do PRR, se esgotarem, "a economia portuguesa arrisca-se mesmo a não crescer mesmo nada".

"Depois de 2030 corremos o risco do crescimento médio ser inferior a 0,7%", disse, na mesma conferência.

 

Para o economista, o indicador que sinaliza que as pessoas que trabalham e que as crianças estão mais perto do risco de pobreza são os mais graves.

 

Na abertura do debate, que se centra na discussão da pobreza em Portugal, Miranda Sarmento lamentou que haja crianças em situação de pobreza num país da União Europeia (UE), considerando a escola pública já não é um fator de "elevador social" como antigamente, aliando a educação e a saúde pública como fatores de diminuição de desigualdade.

 

Para combater este "estrangulamento" económico, Miranda Sarmento defendeu que "temos de deixar o mercado funcionar para criarmos riqueza, mas depois temos de ter políticas públicas", num equilíbrio entre os dois fatores, e que é preciso subir salários e aumentar a economia global.

 

O deputado do PSD afiançou que é preciso reduzir a taxa de IRC em Portugal (21%), que é "a segunda mais elevada da OCDE", para que o país possa crescer no contexto europeu. "Não precisa de ter a taxa mais baixa da UE, mas devia estar algures no meio", indicou.

 

Para Miranda Sarmento, a projeção de crescimento de 1,2% dada pelo Conselho de Finanças Públicas é um cenário "aterrador", "porque passamos de um crescimento do PIB potencial próximo de 2% para crescimentos de PIB potencial abaixo de 1% na próxima década", avisou.

 

Por fim, disse que a principal prioridade do país deve ser "voltar a crescer" e "crescer de forma prolongada, sustentada e, no médio e longo prazo, acima de 3%, porque só isso nos permite voltar a convergir com a União Europeia, não ser ultrapassado pelos outros países da coesão e podermos proporcionar melhores salários, sobretudo às gerações mais novas", concluiu.

* Texto editado por Rui Neves

 

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