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Legislativas: BE admite apoiar uma maioria que "melhore a vida do país"

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, admitiu esta quarta-feira em Leiria que o partido poderá apoiar uma maioria socialista nas próximas eleições legislativas, desde que seja para "melhorar a vida do país".

António Cotrim/Lusa
01 de Dezembro de 2021 às 20:12
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Na sua intervenção na sessão de apresentação do deputado Ricardo Vicente como cabeça-de-lista à Assembleia da República pelo distrito de Leiria, Catarina Martins apelou ao voto e garantiu que o BE manterá o seu compromisso para com "salários, pensões, saúde, clima e habitação".

"Não desistimos de nada do nosso programa, mas aqui estaremos para todas as maiorias que melhorem a vida do país, como sempre fizemos, com toda a exigência. O que não aceitamos é a chantagem para que fique tudo na mesma", sublinhou a coordenadora do BE.

Recusando a "chantagem do tudo na mesma", Catarina Martins afirmou que o país sabe que "nada vai mudar se tiver uma maioria absoluta do PS" e "sabe que com a direita nunca haverá nenhuma solução para nada do que conta, porque a direita tem sido destruição no país".

"Vai ser a força da esquerda e do BE que vai ser capaz de criar soluções no país, porque não desistimos", reforçou.

Catarina Martins insistiu na importância do reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "para garantir que toda a gente tenha acesso à saúde" e para tal "é preciso ter contas certas na saúde".

A líder do BE criticou os "500 milhões de euros" que o Governo dá "todos os anos" aos privados, "porque não se compram os equipamentos que o SNS precisa para ter meios complementares de diagnóstico".

"No Hospital de Setúbal gasta-se a cada dois anos em ressonâncias magnéticas encomendadas ao privado o que daria para comprar uma máquina nova que não deixam o Hospital de Setúbal comprar", revelou, ao lamentar que em 2020 "ficaram por executar na saúde 700 milhões de euros".

Para a coordenadora do BE, é preciso "exigir a quem todos os dias diz publicamente que tem um compromisso com o SNS e que esse compromisso não seja simplesmente letra morta, mas seja escolha concreta todos os dias".

"Portugal, com todas as suas dificuldades respondeu melhor, muito melhor [pandemia], porque tem um SNS. Mas está na altura de se fazerem contas. Aprovámos uma lei de bases da saúde em 2019 e - sei como tantos socialistas se empenharam e ficaram orgulhosos desse trabalho - nada foi feito", afirmou ainda.

Catarina Martins também defendeu que se contratem médicos e ofereçam carreiras para que os profissionais de saúde fiquem no SNS, em vez de se gastarem "130 milhões de euros em recibos verdes, a empresas prestadoras de serviços".

"A ministra da Saúde já veio reconhecer no Parlamento que aquilo que gasta com as empresas prestadoras de serviço dava para contratar 3.500 médicos. Estamos com um SNS a ser drenado para os privados, porque o PS se recusa a mudar as regras e não porque não há dinheiro, porque os milhões que saem todos os dias do Orçamento do Estado para o os hospitais privados, laboratórios, para as empresas de prestação de serviços, dava perfeitamente para oferecer carreiras dignas, de exclusividade, a todos os profissionais do SNS e assim garantir os melhores cuidados de saúde a toda a população", insistiu.

Ricardo Vicente apontou como prioridades da sua candidatura, entre outras, as alterações climáticas, a despoluição da bacia hidrográfica do Lis e a requalificação da linha ferroviária do Oeste.



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