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Jornal I: Bloquistas admitem ruptura com o PS ainda este ano
A resolução do plenário nacional da tendência Plataforma Unitária, do Bloco de Esquerda, que junta Francisco Louçã, Catarina Martins ou Mariana Mortágua, acusa o PS de ser fraco e antecipa uma ruptura para o final de 2016.
Uma das principais tendências do Bloco de Esquerda, a Plataforma Alternativa, aprovou no passado sábado, dia 13 de Fevereiro, uma resolução para levar à convenção do partido, no final do ano, em que admite uma ruptura com os socialistas caso não sejam tomadas medidas para reestruturar a dívida. O texto, com 14 pontos, avisa o PS para não usar a União Europeia como "álibi dos seus recuos e cedências", escreve o jornal i.
A Plataforma Unitária, que incluir Francisco Louçã, Catarina Martins, Mariana Mortágua ou João Semedo, defende que o "Novo Banco e a dívida são, a curto prazo, pontos de divergência e potencial conflito com o PS e o Governo". Para esta tendência, a dívida é vista como um "brutal constrangimento à política económica, ao investimento público, às políticas de emprego e ao financiamento do Estado Social".
Por isso, "sem outra política para a dívida, muito dificilmente o Orçamento do Estado para 2017 continuará o sentido de mudança que, mesmo mitigada, encontramos no OE deste ano. A reestruturação da dívida continua no centro da nossa alternativa", lê-se no texto que o i reproduz.
"Não é difícil antecipar que as exigências e imposições da UE vão agravar-se no contexto da preparação e discussão do próximo Programa de Estabilidade (PEC) e do OE para 2017, elevando a tensão política e a pressão sobre o Governo", prevêem os bloquistas. O conflito com a UE, dizem, é "o campo da disputa política que temos pela frente". "Não travamos essa disputa para fragilizar o Governo nem como pretexto para romper o acordo com o PS, mas não aceitamos que a UE seja usada pelo PS como álibi dos seus recuos e cedências", avisam.
Bloquistas notam "fraqueza do PS"
O OE 2017 será apresentado no próximo mês de Outubro, dentro de apenas oito meses.
Os bloquistas desta tendência avaliam também o processo de aprovação do OE deste ano, e concluem que o Governo "cedeu às pressões da Comissão Europeia", como já tinha acontecido no Banif e no Orçamento Rectificativo. "Estes episódios ilustram duas realidades incontornáveis e que não podemos ignorar na definição da linha política: a força da União Europeia e a fraqueza do PS", assinalam.
O Bloco de Esquerda tem 19 deputados e é essencial para que o Governo de António Costa tenha maioria no Parlamento.