Notícia
Governo rejeita saneamento político e diz que "portugueses não perdoariam" inação na Santa Casa
António Leitão Amaro lembrou que a direção exonerada esta semana estava em funções há cerca de um ano, sem que fosse conhecido um "plano de reestruturação".
02 de Maio de 2024 às 14:09
O ministro da Presidência rejeitou esta quinta-feira as acusações de saneamento político na exoneração da direção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e defendeu que os portugueses "não perdoariam" uma inação do Governo face à degradação da instituição.
Em declarações prestadas no 'briefing' após o Conselho de Ministros, António Leitão Amaro reiterou o papel da SCML enquanto "instituição importantíssima" na resposta social e criticou a falta de soluções da administração liderada pela provedora Ana Jorge, que ficará em funções correntes até ser nomeada uma nova equipa.
"O que os portugueses não perdoariam era que o Governo assistisse em inação a um agravar contínuo da situação financeira, da capacidade para atender aos que mais precisam, ao cumprimento da missão social e ser tolerante e aceitar essa inação, essa passividade, que não se manifestou em 15 dias ou três semanas", disse.
António Leitão Amaro lembrou que a direção exonerada esta semana estava em funções há cerca de um ano, sem que fosse conhecido um "plano de reestruturação" ou "medidas decisivas para inverter a situação de degradação financeira na Santa Casa".
"Não fizeram o que precisavam de fazer, não tiveram a diligência que era exigível. Portanto, os portugueses certamente compreendem que estamos a cumprir o nosso papel quando substituímos quem não faz o que deveria fazer", reforçou, continuando: "A Santa Casa é muito útil para os portugueses. Precisava - e precisa - de um novo ímpeto que a direção anterior não garantia".
O ministro da Presidência acrescentou ainda que a intenção do Governo com esta exoneração passa por "trazer capacidade de resposta e sustentabilidade financeira" à SCML, mas não deixou de apontar falta de cooperação da direção de Ana Jorge e a importância de haver um alinhamento com "as estratégias políticas e os programas do Governo".
"Como disse o senhor primeiro-ministro, é obviamente natural que, se é preciso uma nova capacidade de reformar para melhorar o cuidado aos mais vulneráveis e uma nova capacidade para fazer as reestruturações internas, organizacionais e financeiras para que a Santa Casa volte a ser sustentável financeiramente, a direção de uma instituição destas deve estar alinhada com essa preocupação e não recusar prestar informação, não deixar de agir e não persistir na inação", concluiu.
A provedora da SCML, e os elementos da Mesa, foram exonerados em 29 de abril, mantendo-se em funções até à nomeação de nova equipa.
O Governo acusou Ana Jorge e os elementos da Mesa de "atuações gravemente negligentes", que afetaram a gestão da instituição, justificando desse modo a exoneração.
Posteriormente, numa carta enviada a todos os trabalhadores, Ana Jorge acusou o Governo de a ter exonerado de "forma rude, sobranceira e caluniosa" e que foi apanhada de surpresa.
Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
Em declarações prestadas no 'briefing' após o Conselho de Ministros, António Leitão Amaro reiterou o papel da SCML enquanto "instituição importantíssima" na resposta social e criticou a falta de soluções da administração liderada pela provedora Ana Jorge, que ficará em funções correntes até ser nomeada uma nova equipa.
António Leitão Amaro lembrou que a direção exonerada esta semana estava em funções há cerca de um ano, sem que fosse conhecido um "plano de reestruturação" ou "medidas decisivas para inverter a situação de degradação financeira na Santa Casa".
"Não fizeram o que precisavam de fazer, não tiveram a diligência que era exigível. Portanto, os portugueses certamente compreendem que estamos a cumprir o nosso papel quando substituímos quem não faz o que deveria fazer", reforçou, continuando: "A Santa Casa é muito útil para os portugueses. Precisava - e precisa - de um novo ímpeto que a direção anterior não garantia".
O ministro da Presidência acrescentou ainda que a intenção do Governo com esta exoneração passa por "trazer capacidade de resposta e sustentabilidade financeira" à SCML, mas não deixou de apontar falta de cooperação da direção de Ana Jorge e a importância de haver um alinhamento com "as estratégias políticas e os programas do Governo".
"Como disse o senhor primeiro-ministro, é obviamente natural que, se é preciso uma nova capacidade de reformar para melhorar o cuidado aos mais vulneráveis e uma nova capacidade para fazer as reestruturações internas, organizacionais e financeiras para que a Santa Casa volte a ser sustentável financeiramente, a direção de uma instituição destas deve estar alinhada com essa preocupação e não recusar prestar informação, não deixar de agir e não persistir na inação", concluiu.
A provedora da SCML, e os elementos da Mesa, foram exonerados em 29 de abril, mantendo-se em funções até à nomeação de nova equipa.
O Governo acusou Ana Jorge e os elementos da Mesa de "atuações gravemente negligentes", que afetaram a gestão da instituição, justificando desse modo a exoneração.
Posteriormente, numa carta enviada a todos os trabalhadores, Ana Jorge acusou o Governo de a ter exonerado de "forma rude, sobranceira e caluniosa" e que foi apanhada de surpresa.
Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.