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"Frustração" e "mágoa": as palavras escolhidas por Costa sobre discurso de Cavaco

O primeiro-ministro considerou que o antigo Presidente da República veio alimentar um "frenesim" que a direita está a querer criar, o "mais rapidamente possível", de uma crise política "artificial".

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"Frustração" e "mágoa" são as palavras que o primeiro-ministro usou para descrever o discurso do antigo Presidente da República, Cavaco Silva.

A responder às questões dos jornalistas, António Costa comentou que "percebe bem que alguém que tem muitos anos de militância partidária e que teve a enorme frustração de cumprir o seu mandato presidencial dando posse a um governo que não desejava dar posse, tenha ficado sempre com esta mágoa".

Costa considerou, por isso, "normal que na sua qualidade partidária", Cavaco tenha vindo alimentar "o frenesim em que a direita portuguesa está, de querer criar o mais rapidamente possível uma crise política artificial", não permitindo aos portugueses sentir "plenamente os benefícios da recuperação económica" que vive o país.

"Só uma cise política poderia interromper essa dinâmica do bom crescimento, do emprego em máximos históricos, do equilíbrio externo já com um saldo positivo este trimestre, dos rendimentos começarem a melhorar e da inflação estar a baixar", elencou o primeiro-ministro.

"É nesse quadro que vejo as declarações de alguém que foi, de facto, Presidente da República, mas que ontem revelou despir o fato institucional próprio, que muitas vezes nos habituou e que respeitamos como estadista, para vestir a t-shirt de militante partidário e fazer um discurso inflamado para animar as suas hostes partidárias", destacou António Costa sobre as críticas do antigo chefe de Estado.

Relativamente à audição do ministro das Infraestruturas na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, António Costa ressalvou que "um episódio por mais deplorável que seja, não se transforma no principal problema do país, que continua a ser a economia".

Destacando que "o centro das preocupações das pessoas e do governo é a economia", o chefe do Executivo deixou claro que não ia entrar em "pormenores das horas e horinhas" e que "não há contradições" nas várias versões dos vários responsáveis ouvidos no âmbito da CPI à TAP.

Já no que se refere à atuação do SIS na recuperação do computador de Frederico Pinheiro, o primeiro-ministro fez questão de enumerar que a comunicação às autoridades foi "muito bem feita" e que foi igualmente "nos termos da lei", justificando com a avaliação feita pela secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Graça Mira-Gomes, cuja "credibilidade nunca foi por ninguém contestada".

Voltando por variadas vezes as perguntas dos jornalistas para o estado económico do país, Costa mostrou-se surpreso pela atuação do ex-Presidente nesta altura, uma vez que "sendo um reputado economista e um grande especialista nos ciclos económicos", percebe "que a 
cada dia que passa, as pessoas vão sentir de forma mais concreta aquilo que é a recuperação da economia e que, para haver crise política, ela tem de ser artificialmente criada e precipitada o mais rapidamente possível".

Após muita insistência dos jornalistas, António Costa acabou por afirmar que a única novidade dos últimos dias, em que foram ouvidos João Galamba, Frederico Pinheiro e a chefe de gabinete, Eugénia Correia, "foi o Prof. Cavaco ter descido à terra como militante partidário para vir animar a direita nesta crise política artificial que quer criar".
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